Deputado federal cassado Neri Geller (PP) rebateu as criticas de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e enfatizou que o fato de ter perdido o mandato não o impede de assumir o comando do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, caso seja escolhido.
Na segunda-feira (28), o parlamentar alegou estar tranquilo em relação ao processo e reiterou que conseguirá reverter as acusações sobre as possíveis irregularidades perante o Superior Tribunal Eleitoral (TSE).
“Eu estou muito tranquilo que vou conseguir reverter essa situação para que eu não fique inelegível. Mas eu não estou impedido eventualmente de ocupar algum cargo porque do ponto de vista legal, não causa improbidade administrativa. Se eu estivesse em improbidade, eu nem estaria na transição”, disse em entrevista ao Metrópoles.
Conforme informações de bastidores, Lula teria sido alertado nas últimas semanas sobre uma possível “crise de credibilidade desnecessária” que a indicação de Geller poderia trazer para o Palácio do Planalto neste momento.
O pano de fundo dos apontamentos ocorre porque o parlamentar foi condenado em agosto pelo TSE por abuso de poder econômico nas eleições de 2018 e se tornou inelegível por oito anos. Ainda cabe recurso da decisão.
Atualmente, Neri - ao lado do senador Carlos Fávaro (PSD) - atua nos trabalhos de transição do governo lula e tem ajudado na área da agricultura. O parlamentar inclusive não esconde a empolgação em suas redes sociais com o posto em que ocupa.
Mesmo diante da repulsa de alguns integrantes do governo e de entidades ligadas ao agro, a possível nomeação de Geller tem recebido respaldo de parlamentares de Mato Grosso. Por outro lado, o parlamentar segue mantendo cautela para confirmar qualquer tratativa em torno do comando da pasta.
“Eu tenho uma relação muito aberta e transparente com toda a imprensa. Isso não está em pauta ou sendo discutido nesse momento. Nós apoiamos o Lula desde o primeiro turno da eleição, ajudamos na confecção do plano de governo e estamos focados nessa linha para dar tranquilidade ao nosso setor agrícola. Quero de forma técnica e objetiva ajudar para que a gente possa ter presença forte no governo do ponto de vista de fazer as políticas para o setor”, finalizou.
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