A escalada da violência entre Israel e Irã, com ataques mútuos na sexta-feira (13/6), provocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, na qual se evidenciou uma divisão de potências: de um lado, os Estados Unidos; do outro, a China e a Rússia, conforme informou o portal UOL.
Os americanos acusaram o Irã de ter atacado Israel sem ter sido provocado. “Como o presidente (Donald) Trump tem dito repetidamente, não se pode permitir que esse regime perigoso tenha armas nucleares”, afirmou McCoy Pitt, funcionário do Departamento de Estado dos EUA.
Segundo o representante do país, os Estados Unidos foram informados com antecedência a respeito das investidas de Israel, mas ele negou que os americanos tenham ajudado os israelenses.
“Nossa prioridade absoluta e principal é a proteção dos cidadãos, funcionários e forças dos Estados Unidos na região”, afirmou Pitt.
Por outro lado, o embaixador russo Vassily Nebenzia argumentou que Israel está “empurrando a região para uma catástrofe nuclear em grande escala” e apontou “violação grosseira da Carta da ONU e do Direito Internacional”.
O representante da Rússia na ONU afirmou que a ameaça do Irã de ter armas nucleares será resolvida apenas por “um caminho pacífico, político e diplomático”.
O embaixador Fu Cong, da China, fez uma fala semelhante: “A China sempre se comprometeu a resolver pacificamente a questão nuclear iraniana por meio do diálogo e da negociação”.
Cong reforçou que o Irã é signatário do tratado da ONU para não proliferação de armas nucleares e, por isso, “tem direito ao uso pacífico da energia nuclear”.
“Gaza tem sido submetida a ataques e bloqueios prolongados, com mais de dois milhões de pessoas presas em um desastre humanitário sem precedentes”, seguiu o chinês.
Questão nuclear
Atualmente, a Rússia tem o maior arsenal nuclear do mundo, com 5.580 ogivas. Cerca de 1,2 mil estão desativadas, mas intactas, enquanto outras 1.710 estão posicionadas para serem disparadas. A China tem 600 ogivas nucleares.
Os Estados Unidos possuem 5.177 ogivas, com 1.770 prontas para lançamento imediato, mais do que a Rússia, portanto. Israel possui cerca de 90 armas desse tipo.
Entenda
O Irã disparou mísseis na sexta-feira contra Tel Aviv, Teerã e Jerusalém, em resposta aos ataques iniciais de Israel. As autorias das explosões foram confirmadas pelos dois países.
A escalada no conflito, segundo um porta-voz de Israel, deu-se pela “agressão do regime” do Irã e pela ameaça dos iranianos de conseguir uma arma nuclear.
Ao longo do dia, as nações seguiram trocando ataques. As forças de defesa israelenses disseram ter bombardeado uma usina nuclear em Isfahan, no Irã. Segundo os iranianos, a investida deixou 78 mortos e centenas de feridos.
Líder supremo do Irã, Ali Khamenei afirmou que o conflito está longe do fim e declarou que sua nação “infligirá duros golpes”. Nos dois países, foi dada a orientação à população de buscar abrigo em bunkers. Posteriormente, um novo comunicado de Israel afirmou ser possível deixar os esconderijos, desde que se permaneça próximo a áreas protegidas.
Prefeitos em bunkers
Entre os que precisaram se proteger em bunkers, estavam até prefeitos brasileiros. Quatro mandatários de municípios do Brasil foram à cidade israelense de Kfar Saba para um evento sobre tecnologias para a segurança pública.
São eles: Álvaro Damião (União), de Belo Horizonte; Cícero Lucena (PP), de João Pessoa; Johnny Maycon Cordeiro Ribeiro (PL), de Nova Friburgo (RJ); e Welberth Rezende (Cidadania), de Macaé (RJ).
O problema chamou a atenção do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Nas redes sociais, ele escreveu: “Falei há pouco com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que está em Israel, e com o chanceler Mauro Vieira. A Câmara está atenta para garantir a segurança e o retorno de todos que estão em Israel”.
No Instagram, Cícero contou que os prefeitos já haviam ido “duas vezes ao abrigo por ter tocado a sirene” que sinaliza a necessidade de se proteger. Ele disse que o “espaço aéreo está fechado” e que os prefeitos tentam encontrar maneiras de retornar o mais brevemente possível ao Brasil.
*Via Conjur
Vídeos mostram mísseis iranianos atingindo Israel:
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