Nos bastidores, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que o destino jurídico dele já está traçado: "entrou condenado, saiu condenado". A aposta é que, diante da força das provas reunidas no inquérito da tentativa de golpe, não há mais caminho para absolvição. Contudo, há outro objetivo em curso: preparar terreno para um eventual pedido de prisão domiciliar.
A análise é da jornalista Andréa Sadi, da Globonews, e fui publicada nesta quarta-feira (11) em seu blog, no G1.
Segundo a jornalista, é por isso que o tom adotado no depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na terça-feira (10) foi mais contido. Nada de ataques diretos ao Supremo, como nos tempos de Planalto. A orientação era clara: demonstrar cooperação e evitar confronto com o Judiciário — o oposto do Bolsonaro presidente.
Andréa Sadi lembrou ainda que, além disso, a fase de interrogatórios no STF revelou uma segunda estratégia: tentar descredibilizar a delação premiada de Mauro Cid. Réus como Braga Netto, por exemplo, usaram os depoimentos para questionar trechos da colaboração, como a história da sacola de vinho com dinheiro que teria sido entregue ao general para repassar a apoiadores acampados.
Esses dois movimentos — tom mais cauteloso de Bolsonaro e foco das defesas na delação de Mauro Cid — mostram que o momento agora é de contenção de danos. O cenário ainda é de expectativa por condenações, mas a estratégia já mira a próxima etapa do processo: a definição das penas.
No depoimento, Bolsonaro minimizou as reuniões com comandantes militares no fim do mandato, pediu desculpas a Moraes por declarações durante o governo e chamou de "malucos" os apoiadores que pediam AI-5 e intervenção militar. Disse aiinda que gravou uma live pedindo paz antes de viajar para os EUA e negou envolvimento com os atos de 8 de janeiro.
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