Profissionais de saúde denunciam a falta de insumos para atender pacientes que precisam de respiradores. Em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, médicos que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Ipase tiveram que fazer uma gambiarra para montar uma mangueira de oxigênio aos pacientes.
Os médicos desmontaram estetoscópios para usar a mangueira do aparelho como mangueira de oxigênio, já que o insumo está em falta para quem está internado com Covid-19 na unidade.
Em nota, a Prefeitura de Várzea Grande negou que a situação seja verdadeira. O secretário de Comunicação Marcos Lemos disse que foi até a UPA após a denúncia e constatou que há estoque de material para utilização em pacientes com Covid-19.
Médicos fazem gambiarra para montar mangueira de oxigênio em UPA em MT — Foto: Dilvulgação
Outro problema enfrentado pelos profissionais em Várzea Grande é a carga horária exaustiva. O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) recebeu denúncias de carga horária excessiva feita por profissionais que atuam na linha de frente no município.
De acordo com a denúncia, o município abriu 22 novos leitos de enfermaria sem a contratação de mais profissionais de saúde para atender a demanda de pacientes com Covid-19.
Por meio de nota, a Prefeitura de Várzea Grande informou que o reforço no atendimento das estruturas de saúde municipais em decorrência da Covid-19 foram acompanhadas de uma série de medidas, sendo uma delas a contratação de novos profissionais da área de saúde.
Segundo o município, a média de atendimentos cresceu mais de 40% e as medidas foram adotadas para evitar as filas de espera.
No nordeste do estado também faltam insumos. Empresários fizeram um mutirão para emprestar cilindros de oxigênio para a Prefeitura de Peixoto de Azevedo repor o estoque de oxigênio medicinal no Hospital Regional.
O município, que tem que ir a cada 12 horas até Sinop, também no norte do estado, para repor o estoque, tenta evitar um desabastecimento de oxigênio na região.
Casos de Covid-19
Mato Grosso registrou na segunda-feira (15) 86 mortes em decorrência da Covid-19 nas últimas 24 horas. Este é o maior número de mortes diárias desde julho do ano passado, quando o estado registrou o primeiro pico da pandemia.
Além disso, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), foram notificados 2.556 novos casos da doença.
No total, são 274.788 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, sendo registrados 6.456 mortes em decorrência do coronavírus.
Entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid-19, há 466 internações em UTIs públicas e 530 enfermarias públicas. Isto é, a taxa de ocupação está em 94,7% para UTIs adulto e em 66% para enfermarias adulto.
Vacinação
Em Mato Grosso, 3,3% da população, estimada em 3,5 milhões, foi vacinada contra a Covid-19 até esta terça-feira (16), segundo os dados da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), do Ministério da Saúde. Foram 115.679 pessoas vacinadas com a primeira dose.
Após quase dois meses de campanha, 54.386 pessoas tomaram a segunda dose da vacina. Esse número representa 1,4% da população mato-grossense.
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