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Reunião na sede do Sindicato Rural teria discutido Expolíder e foi anexada na representação enviada ao MP
A representação denunciando esquema de direcionamento na contratação da empresa que está organizando a Expolíder, que será realizada entre os próximos dias 9 e 12, questiona a posição do Sindicato Rural de Colíder de se eximir de responsabilidades na viabilização da parceria. Segundo a denúncia, encaminhada na última segunda-feira (30/06) ao Ministério Público, o Sindicato Rural participou das tratativas que culminaram com a indicação da empresa Four Play Eventos.
"A gravidade dos fatos é acentuada pela tentativa do Sindicato Rural de se eximir de responsabilidade, negando em ofício qualquer vínculo com a empresa, apesar de ter sediado as negociações iniciais", aponta a denúncia assinada pelo vereador Marcelo Canova (Novo) e outros seis vereadores: Luciano Milani (PP), presidente da Câmara; Fernando Consone (PL), Rica Matos (União), Joize Marques (Podemos), Denny Serafini (MDB) e Carlão Enfermeiro (MDB).
"O presente dossiê demonstra suposto esquema de direcionamento de contratação pública, iniciado em 23 de novembro de 2024, antes mesmo da posse do atual gestor municipal. As ações coordenadas entre o Prefeito Municipal, Diretores do Sindicato Rural de Colíder e representantes da empresa Four Play Eventos resultaram na ESCOLHA e ATUAÇÃO da referida empresa, MESMO ANTES DE QUALQUER VÍNCULO CONTRATUAL, culminando na formalização de um contrato viciado com o único fim de dar aparência de legalidade a um conluio pré-estabelecido", acusa a representação.
O Sindicato Rural garante, porém, não ter absolutamente nada a ver com a organização da Expolíder. Em ofício encaminhado ao gabinete do vereador Marcelo Canova no último dia 15 de maio, respondendo ofício do próprio vereador, o Sindicato Rural nega qualquer vínculo com a empresa Four Play Eventos. Diz ainda não possuir nenhum contrato com a mesma. "Todavia, cumpre mencionar que a responsabilidade sobre a comercialização de camarotes e bangalôs para a festa que se aproxima, tudo, ficará sobre (sic) responsabilidade do munípio de Colíder", traz trecho do ofício. (confira o documento no anexo abaixo)
A representação sustenta, porém, a existência de reuniões realizadas na sede do Sindicato e questiona que, na realidade, quem comercializou os espaços dentro da Expolíder foi a empresa Four Play Eventos, que teria sido contratada pela prefeitura em um processo direcionado. A representação estima que entre a venda de bangalôs e camarotes, a empresa tenha faturado R$ 580 mil "antes mesmo da sua contratação formal, ocorrida apenas em 09 de junho de 2025".
A representação questiona também a legalidade do "Item 17" da Ata que autorizou a empresa a "ter o direito de comercializar camarotes, bangalôs e área vip, assim como de auferir patrocínio em seu favor". A avaliação é de que o ato se assemelhou a uma outorga de exploração comercial de bem público. "A lei é clara: se um evento é 100% custeado com dinheiro público, a receita de sua exploração comercial deveria, em tese, retornar ao erário. Permitir que a empresa explore comercialmente o evento exigiria um processo licitatório de concessão, com um contrato bilateral onde a empresa demonstraria sua contrapartida. O que supostamente ocorreu foi a concessão de um duplo benefício: a empresa é paga com dinheiro público e, ao mesmo tempo, lucra com a venda da estrutura, o que pode configurar enriquecimento ilícito."
Além das reuniões para definição da organização da Expolíder, realizada na sede do Sindicato Rural, a representação traz uma fala do vice-presidente da entidade, Jonatas Galadinovic. Para os denunciantes, haveria na fala uma 'confissão' de direcionamento da contratação da empresa que organizaria a festa de agropecuária: "Nós não somos expert em fazer esse tipo de evento. E aí surge a Four Play [sic] também, junto com o Fernando, Thiago, que passou essa segurança para nós de conseguir conduzir um evento que a gente poderia entregar com maestria".
A reportagem procurou o presidente do Sindicato Rural, Luiz Carlos Moia, mas não conseguiu retorno. Tentou o mesmo com a prefeitura e a empresa envolvida. O espaço segue em aberto para possíveis considerações.
Confira abaixo, em anexo, a denúncia. O MP já encaminhou pedido de esclarecimentos à prefeitura de Colíder.
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