Em entrevista a Roberto Cabrini, no "Domingo espetacular", da Record TV, Sérgio Reis pediu desculpas aos ministros do STF, disse "ter feito bobagem" em relação ao áudio vazado com ameaças à corte e que está magoado com a falta de apoio dos colegas.
O músico de 81 anos afirmou em entrevista exibida no domingo (22) que não esperava o vazamento de uma conversa que, alega, foi uma brincadeira com um amigo, nem que teria tamanha repercussão. "Hoje em dia, ninguém mais está sigiloso. Você fala qualquer coisa, já sai na internet, já sai pra lá e vaza, vai pra grupos e tudo mais", reclamou.
A reportagem foi à casa do cantor, em Mairiporã (SP), na Serra da Cantareira, em dois dias da semana passada, antes e depois da operação da Polícia Federal investigando manifestações contra as instituições e a democracia, na última sexta-feira. Cabrini esteve na casa do cantor na quarta e depois no sábado, um dia após a PF apreender seu celular, quando o encontrou acamado.
Segundo a mulher do cantor, Ângela Bavini, Sérgio, que é diabético, viu sua glicemia subir após as polêmicas recentes, e estaria deprimido com o afastamento dos amigos. A reportagem registrou o momento em que Ângela diz ter recebido uma mensagem de Renato Teixeira, parceiro de Sérgio nos discos "Amizade sincera" I e II, vencedor do Grammy Latino, o que fez o cantor chorar. "Antes só o Roger, do Ultrage a Rigor, tinha mandado mensagem", desabafou o cantor.
A atração exibiu momentos da entrevista em que o cantor se irrita e parece desistir de falar sobre o áudio vazado. Depois, ele diz a Cabrini que gostaria de se "redimir" com os ministros do STF:
— Quero pedir desculpas. Mas eu não me escondi, não cometi nenhum crime. Se a polícia bater aqui às 6h da manhã, eu me entrego — comentou o cantor, na parte da entrevista gravada na quarta-feira. — O (ministro do STF Ricardo) Lewandowski já esteve em vários eventos comigo, sabe que não sou assim. Peço desculpas se algo que falei magoou o Alexandre (de Moraes), o (Luís Roberto) Barroso. Mas peço também que eles respeitem o povo.
Shows e comerciais cancelados
A reportagem voltou à casa do cantor para uma nova gravação após a operação da PF, deflagrada após o vazamento do áudio em que Sérgio Reis diz que se o STF não aprovasse o voto impresso em 72 horas, os caminhoneiros iriam "parar o país" e "tirar todos os ministros" da corte. Na cama, ao lado da mulher, Sérgio falou sobre acusações que surgiram nos últimos dias, como a de que ele estaria ligado a grupos de garimpo em terras indígenas e que havia pago uma prótese peniana com dinheiro público, quando foi parlamentar. O cantor negou ambas as acusações.
— Até essa coisa da prótese que inventaram. Tenho 81 anos, tive um AVC, não posso tomar Viagra nem nada dessas coisas. Para namorar com a minha mulher precisei de uma solução prática, uma prótese americana — comentou, negando que tenha sido paga com dinheiro público.
O cantor também reclamou do abandono dos colegas de profissão e dos fãs, além de prejuízos financeiros. Nos últimos dias, Sérgio teve quatro baixas em seu próximo disco, dedicado à MPB. Durante a semana, os cantores Guarabyra, Maria Rita e Guilherme Arantes desistiram de participar. No sábado, foi a vez de Zé Ramalho proibir que o sertanejo utilize a gravação da música "Admirável gado novo", feita para o álbum.
— Cancelaram quatro shows meus, dois comerciais. Não sei como vou fazer para pagar minhas contas — desabafou.
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