02 de Junho de 2025

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opinião Sábado, 24 de Maio de 2025, 09:35 - A | A

Sábado, 24 de Maio de 2025, 09h:35 - A | A

BAR DO BUGRE

UM BISNETO FORA DA CURVA

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 
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Deitei-me antes das vinte e uma horas, mas só consegui pegar no sono depois das duas da madrugada, inquieto com questões envolvendo meus filhos e uma falha no programa do escritório de contabilidade que me atende.

 

Felizmente essa moçada dorme tarde e pudemos conversar já depois da meia-noite, para esclarecer as dúvidas.

 

Hoje a casa está em movimento: manutenção de ar-condicionado, aula de fisioterapia e pagamento de três boletos que vencem no próximo dia 30.

 

Aproveitarei a visita do fisioterapeuta para pedir ajuda com dois assuntos técnicos: escurecer um pouco a tela do meu iPhone e resolver a dificuldade que tenho ao receber exames laboratoriais em PDF pelo WhatsApp.

 

Amanhã farei meus exames de sangue, para encerrar o ciclo da consulta com o cardiologista.

 

Foi uma semana corrida.

 

Agora, minha preocupação é saber quem virá ao almoço de sábado, nosso tradicional encontro familiar.

 

Imagino que será um sábado chocho.

 

Minha filha e marido estarão em reunião de trabalho no Havaí.

 

Meu filho Fernando, com esposa, filha, genro, filho e futura nora, estarão nos Estados Unidos, envolvidos em compromissos sociais.

 

Já são oito ausências confirmadas.

 

Vou sondar os que permanecerem por aqui, para saber quem poderá vir me fazer companhia.

 

Estou curioso para conversar com o João Gabriel, que completou quatro anos no sábado passado, numa linda festa na casa dos avós.

 

Recebeu os amiguinhos e muitos presentes.

 

Perguntei-lhe por telefone se havia gostado dos presentes.

 

Respondeu, com seriedade:

 

—Dos que gostei, foram poucos.

 

Comentei que o seu quarto estava repleto de brinquedos que ganhou de presentes!

 

 —Mas não eram os que eu queria —explicou.

 

 —Ganhei poucos tênis, bermudas, camisetas e pijamas fininhos para dormir...

 

Como as coisas mudaram!

 

Na minha infância, eu ficava desapontado quando ganhava roupas de presente.

 

Achava que isso fosse obrigação dos pais.

 

Queria mesmo era bola de futebol, caminhão de madeira, caixa de lápis de cor, caderno de pintura, dinheiro para comprar pipoca — e um troquinho para guardar.

 

Pensei até em consultar um neurocientista sobre o comportamento do meu bisneto.

 

Conversei com a enfermeira que me acompanha e, segundo ela, o neto também pede de presente, com entusiasmo, tênis macio e chinelo de boa qualidade.

 

Definitivamente, as gerações mudaram.

 

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*Gabriel Novis Neves

22-05-2025

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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