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geral Segunda-feira, 12 de Julho de 2021, 09:00 - A | A

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LOBISTA DA VACINA

Negociador de 400 milhões de vacinas recebia auxílio emergencial

Yahoo Notícias

 
Cristiano Alberto Carvalho, representante da empresa Davati no Brasil
Cristiano Alberto Carvalho, representante da empresa Davati no Brasil

 

Representante da empresa Davati no Brasil, que negociou vacinas contra o coronavírus ao Ministério da Saúde, Cristiano Alberto Carvalho foi um dos beneficiários do auxílio emergencial entre abril e dezembro do ano passado, segundo reportagem do jornal O Globo.

O negociador da venda bilionária de 400 milhões de doses da AstraZeneca ao Ministério da Saúde recebeu R$ 4,2 mil de recursos do Ministério da Cidadania, então comandado por Onyx Lorenzoni, destinados a cidadãos com dificuldades financeiras na pandemia.

Segundo investigações, o Ministério da Saúde marcou reunião com a Davati Medical Supply, menos de cinco horas depois de receber a proposta da empresa para aquisição de 400 milhões da vacina AstraZeneca. Na reunião, Luiz Paulo Dominghetti, suposto representante da empresa, teria recebido pedido de propina de US$ 1 por cada dose para fechar um contrato.  

As informações constam em e-mails obtidos pelo Fantástico, da TV Globo. o programa teve acesso a emails e a mensagens enviadas por Dominghetti, que é o autor da denúncia de corrupção e pedido de propina, feita ao jornal Folha de S.Paulo e confirmado na semana passada, por ele próprio, na CPI da Covid. 

Segundo a reportagem da TV Globo, Hernan Cardenas, diretor da Davati, encaminhou email a Roberto Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde. Na mensagem, ele ofereceu as doses da vacina. Era dia 26 de fevereiro.

Às 10h30, o governo brasileiro respondeu marcando uma reunião para o mesmo dia, menos de cinco horas depois.

"Este ministério manifesta total interesse na aquisição das vacinas. Agendar uma reunião, hoje, às 15h", diz o email do Ministério da Saúde em resposta à Davati.

Na denúncia de Dominghetti ao jornal Folha de S. Paulo, ele disse que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou propina de US$ 1 por dose de vacina. Segundo Dominguetti, a cobrança de propina foi feita durante um jantar em um restaurante no Brasília Shopping. Era dia 25 de fevereiro de 2021 — ou seja, um dia antes do email obtido pelo Fantástico.

"Nos chama a atenção essa rapidez com que a Davati acessou os altos escalões do Ministério da Saúde. Se o governo tivesse tido a mesma serenidade com a Pfizer, que teve com a Davati, nós já teríamos brasileiros imunizados desde dezembro", disse o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em entrevista ao Fantástico.

Em nota, a Davati infomou não ser representante do laboratório AstraZeneca e que não detinha a posso das vacinas.

"[A emrpesa] jamais se apresentou ao governo federal ou a qualquer outro órgão como tal. Como esclarece o documento de oferta (Full Corporate Offer) feita ao Ministério da Saúde, a Davati Medical Supply não detinha a posse das vacinas, atuando na aproximação entre o governo federal e "allocation holder" que possuía créditos vacinas do laboratório AstraZeneca".

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