A safra 2021 da castanha de cumbaru, ou baru, fonte de renda a dezenas de agricultores familares em Mato Grosso, começou a ser recolhida. O primeiro município a receber a visita da Cooperativa Central da Agricultura Familiar da Baixada Cuiabana (Coopecentral) para aquisição da safra este ano foi Porto Estrela, a 190 km de Cuiabá.
"Estamos trabalhando para coletar mais de 400 mil quilos em oito municípios da região de Cuiabá, em parceria com a Cooperativa Central do Cerrado de Brasília e a Barucas", informa Luiz Carlos Souza Ponce, conhecido por Lula, diretor-presidente da Coopecentral, ao acompanhar a ação da Coopecentral em Porto Estrela.
Em entrevista ao Midia Hoje, Lula voltou a cobrar que Mato Grosso tenha uma agroindustria de beneficiamento do cumbaru. Ele argumenta que isso agregaria mais renda aos produtores locais. Hoje as castanhas precisam ser transportadas de carreta para o município de Jussara (GO), a 676 km de Cuiabá, para serem beneficiadas e exportadas para países como Estados Unidos.
"Precisamos do apoio do governo para isso. Sei também que a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) tem uma central de projetos que pode ajudar. Queremos muito uma agroindústria aqui", pede Lula.
Produto extrativista do cerrado mato-grossense, o cumbaru é encontrado em dezenas de municípios de Mato Grosso. Muitos agricultores familiares já conseguem renda superior a R$ 1,2 mil mensais com o produto.
Dona Nara, da comunidade Pé de Galinha, em Porto Estrela, admite que os 40 centavos pagos por quilo da castanha pode não parecer muito, "mas de moedinha em moedinha nós buscamos o alimento para nossas famílias".
Chico Terra, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Estrela, concorda. "´(...) É uma fruta que estava caindo aí, se perdendo, e agora não vai perder mais".
Em vídeos gravados pela equipe da Coopecentral, a parceria e os ganhos extras das famílias com uma semente antes esquecida no chão das pequenos propriedades são lembrados.
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