O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer ameaças, na quarta-feira (4/8), à realização das eleições de 2022. Ele disse que poderá atuar fora das “quatro linhas da Constituição” caso não seja adotado o voto impresso.
“Olha, eu jogo dentro das quatro linhas da Constituição, e jogo, se preciso for, com as armas do outro lado. Nós queremos paz, queremos tranquilidade”, disse o presidente, durante entrevista à rádio Jovem Pan, na qual estava ao lado do deputado Filipe Barros (PSL-PR). O parlamentar é relator da PEC que prevê a adoção do voto impresso, que será votada, nesta quinta-feira (4/8), por comissão especial da Câmara.
“O que estamos fazendo aqui é para termos eleições tranquilas no ano que vem, onde quem perder cumprimenta o ganhador e toca o barco. Não podemos ter isso acontecendo”, disse o presidente.
Bolsonaro também voltou a dizer que não vai se intimidar com o inquérito aberto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar ameaças às eleições. Disse o mesmo em relação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de incluí-lo entre os alvos do inquérito das fake news.
“Queremos eleições limpas. Não vai ser um inquérito, agora nas mãos do senhor querido Alexandre de Moraes, para tentar intimidar. Lamento o próprio TSE tomar algumas medidas para investigar, me acusar de atos antidemocráticos. Eu posso errar, eu tenho direito de criticar, mas não estamos errados. Nós não erramos”, disse o presidente, acrescentando que há uma precipitação por parte do Judiciário.
Ao falar sobre a inclusão do seu nome no inquérito das fake news, Bolsonaro disse que a medida é injusta. “O presidente está mentindo? Eu sou capitão do Exército. A transgressão disciplinar mais grave que existe no nosso meio é faltar com a verdade. Um cabo que falta com a verdade não vai a sargento. Um subtenente não sai tenente. O coronel não sai general”, declarou.
Inquérito da PF
Durante a entrevista, o deputado Filipe Barros disse estar em posse de um inquérito da Polícia Federal que, segundo ele, foi aberto para apurar um suposto ataque cibernético contra o sistema do TSE. O parlamentar relatou que, conforme a PF, um hacker teve acesso ao código-fonte do software de votação durante os meses de novembro e dezembro de 2018, ano em que Bolsonaro se elegeu presidente da República.
“O próprio TSE confirmou à Polícia Federal que o sistema foi invadido. Queriam prova? Aqui está a prova”, disse o chefe do Executivo, que também voltou a chamar de mentiroso o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE e membro do STF, pelo fato de o magistrado assegurar que a urna eletrônica é inviolável e auditável.
“É triste chamar o ministro de mentiroso. Por que ele mente?”, disse Bolsonaro. “O ministro Barroso usa argumentos mentirosos. É triste um ministro de Suprema Corte mentir dessa maneira, e acaba arrastando muitos ministros. É puro corporativismo”, afirmou o presidente, que voltou a acusar o magistrado de defender a urna eletrônica para favorecer a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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