Acordei cedo neste Domingo de Páscoa. Silêncio. Um silêncio diferente do da Sexta-feira Santa. É um silêncio de renascimento.
Nos tempos antigos, a manhã de Páscoa era anunciada pelas badaladas dos sinos da Catedral.
As famílias se reuniam para a missa solene, onde tudo exalava perfume de esperança.
As moças vestiam seus melhores trajes, e as crianças, de olhos brilhantes, aguardavam os ovos de chocolate com a mesma ansiedade com que os adultos esperavam a bênção do padre.
A mesa do almoço era farta, não apenas de comida, mas de afeto.
A Semana Santa se encerrava com abraços demorados e promessas de recomeço.
A cada Páscoa sinto que algo em mim renasce — uma lembrança boa, uma oração esquecida, um gesto de gratidão.
Na infância a Páscoa era doce, mesmo sem muitos doces.
Bastava um ovo simples, embrulhado em papel colorido para nos fazer felizes.
E o sentido da ressurreição era forte, presente em cada gesto de partilha, em cada olhar de perdão.
Hoje, o comércio fala mais alto que os sinos.
A fé silenciou um pouco, sufocada por vitrines e distrações digitais.
Mas ainda há quem compreenda o verdadeiro sentido da Páscoa — o milagre da vida que recomeça.
A Ressurreição de Cristo é o maior símbolo de esperança para quem já sofreu perdas, como eu.
A cada Páscoa sinto que algo em mim renasce — uma lembrança boa, uma oração esquecida, um gesto de gratidão.
A Páscoa de hoje não tem o mesmo alvoroço de antes. Mas ainda guarda o essencial: o amor que resiste ao tempo e a certeza de que a vida, mesmo machucada, pode florescer de novo.
*Gabriel Novis Neves
14-04-2025
https://bar-do-bugre.blogspot.com/2025/04/domingo-pascal.html
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