PESADELO

Dormi no horário de costume, num sono de dez horas, interrompido por duas idas ao banheiro.

Ao acordar para o cafezinho no quarto, não me lembrava de mais nada — apenas a estranha sensação de ter escrito a noite toda. O assunto, que parecia longo, desaparecera por completo da memória.

Pensei: teria psicografado enquanto dormia? Impossível?

Vou tentar escrever sobre um tema que ainda não apareceu.

Talvez fosse o caso de registrar fatos do nosso cotidiano — quem sabe isso sirva, um dia, para marcar uma época?

Lamento o desperdício do tempo. Durante o sono, é preciso apenas dormir. Acordado, escrevo — mesmo sem saber o tema.

Estou confuso ao tentar me lembrar.

Não seria minha longa permanência diante do computador produzindo uma espécie de obnubilação dos sentidos?

Treinadores estrangeiros, juízes estrangeiros, metade dos jogadores que disputam os títulos principais também estrangeiros... e ainda assim nos consideramos os melhores do mundo?

Acho melhor escrever sobre o que vi nas arbitragens dos jogos do Brasileirão Série A.

Nas décadas de 1940, 1950 e início dos anos 1960, as arbitragens por aqui eram tão ruins que a CBF foi obrigada a importar árbitros estrangeiros, especialmente ingleses.

Não deu muito certo. Com o tempo, vieram os treinamentos e as novas tecnologias, e voltamos a confiar nos nossos, hoje com o auxílio do VAR.

Em compensação, os grandes times de futebol do Brasil são, em sua maioria, treinados por estrangeiros — com destaque para os portugueses e argentinos.

Em quase todas as rodadas, nossos clubes são prejudicados com erros gritantes da arbitragem, mesmo com o auxílio do VAR.

Seria o momento de importar novamente árbitros estrangeiros e aproveitar melhor nossos treinadores? Afinal, nossos jogadores ainda são considerados os melhores do mundo!.

Temos mais de cinco mil atletas espalhados pelos continentes, jogando futebol.

Curioso é que os nossos árbitros erram, quase sempre, contra os times menores do campeonato.

Com apenas duas rodadas disputadas, os erros já começam a se acumular.

Chegou a hora de dar um basta nessas arbitragens deficientes, para salvar a honra do campeonato.

Treinadores estrangeiros, juízes estrangeiros, metade dos jogadores que disputam os títulos principais também estrangeiros... e ainda assim nos consideramos os melhores do mundo?

Vamos arrumar o futebol na terra do futebol?