A enfermeira graduada que trabalha em minha casa é a responsável pelas compras dos meus medicamentos.
Uso um colírio para prevenção do glaucoma. O frasco tem apenas 2.5ml, e aplico uma gota em cada olho antes de dormir. É mantido em uma caixinha de isopor dentro da geladeira.
Ao conferir a última compra, ela notou uma pequena alteração: a embalagem trazia a marca habitual, mas com uma substância a mais na composição.
Imediatamente me alertou, perguntando se poderia ser utilizado, já que se tratava de uma fórmula diferente.
O balconista da farmácia, por não ter o colírio prescrito, vendeu outro muito semelhante.
Como não sou oftalmologista e minha próxima consulta será apenas daqui a quinze dias, resolvi telefonar para o especialista.
Ele confirmou que os colírios eram distintos e recomendou que eu não o utilizasse. Pediu, ainda, que procurássemos o genérico correspondente ao que venho usando.
Problema resolvido, deixo aqui um alerta: é fundamental conferir, com atenção redobrada, os medicamentos comprados nas farmácias.
Infelizmente, ainda é comum o balconista substituir o remédio receitado por outro que acha similar.
Pior ainda é quando ele, sem qualquer formação, se atreve a receitar.
Na minha juventude, era frequente ser orientado por práticos de farmácia —comerciantes de remédios sem qualquer conhecimento acadêmico.
Minha mãe costumava me mandar às farmácias de Cuiabá para comprar medicamentos para meus irmãos menores. Eu voltava com envelopes de pó de salofeno e frascos de elixir paregórico.
Quando fui estudar no Rio de Janeiro, continuei sendo ‘consultado’ pelos balconistas das grandes farmácias da capital.
No bairro do Catete, era cliente da Farmácia Jacy. Quem me atendia e indicava remédios para as amigdalites e para não dormir — tinha que estudar para o vestibular — era o Anísio Silva.
Anos depois ele abandonou o balcão e tornou-se um dos cantores mais populares da Rádio Nacional, conhecido em todo o Brasil.
Com a proliferação das faculdades de Farmácia e a obrigatoriedade de receitas específicas para medicamentos controlados, houve avanço na fiscalização.
Ainda assim, na hora de comprar remédios, toda a atenção é pouca.
*Gabriel Novis Neves
03-06-2025
https://bar-do-bugre.blogspot.com
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