CLIMATOLOGIA

Nosso clima é bem diferente daquele que aprendemos nos estudos escolares.

No verão, quando as chuvas chegam como neste ano, o clima torna-se mais ameno.

A prova disso é a redução na conta de energia elétrica.

Eu quase não saio de casa e, quando não estou no escritório, permaneço no dormitório, sempre com o ar-condicionado ligado.

Nos meses de outono, inverno e primavera, o calor reina absoluto, típico de uma das cidades mais quentes do mundo.

Quando o inverno aparece, são apenas dois ou três dias, no máximo.

Roupas de frio ou agasalhos de inverno tornam-se assunto para conversas ou recordações de viagens às cidades de clima ameno.

Nos armários, os vestígios dessa indumentária repousam impregnados de naftalina.

Sabemos que o tempo mudou em Cuiabá quando sentimos o cheiro dessas bolinhas brancas espalhado pela casa.

Já me acostumei a dormir com o ar-condicionado ligado, mesmo no inverno, sempre regulado a 19 graus.

Adquiri o hábito de dormir coberto desde a infância e, até hoje, faça calor ou não, estou sempre debaixo das cobertas.

Antigamente, usava os cobertores finíssimos das Casas Pernambucanas —não no sentido de qualidade, mas de espessura.

Mesmo quando estudante no Rio de Janeiro, eu tinha o meu exclusivo.

Certos hábitos adquiridos na infância permanecem por toda a vida.

Alguns cacoetes consegui eliminar quase totalmente. No entanto, ainda não consigo dormir em um ambiente completamente escuro —talvez uma forma de me orientar no espaço.

Isso, na medicina, é chamado de claustrofobia.

A enfermeira se incomoda com a luz do moldem do computador e sempre cobre o aparelho para conseguir dormir.

A claustrofobia já me causou inúmeros constrangimentos, especialmente em viagens com colegas da universidade, quando éramos obrigados a compartilhar o mesmo quarto.

Ao que tudo indica, o calorão está novamente se aproximando.

Vou revisar os aparelhos de ar condicionado para garantir que estejam funcionando perfeitamente e não atrapalhem minha rotina nos dias de calor intenso.