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CALOR EXTREMO

Março tem novo recorde global de temperatura, diz Copernicus

Redação

 

Agência Brasil

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O mês passado foi o março mais quente já registrado e o décimos mês consecutivo a bater recorde global de temperatura, advertiu na terça-feira (09/04) o Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas (C3S), o programa de observação da Terra da União Europeia (UE).

 

"A temperatura média mundial dos últimos 12 meses é a mais alta já registrada", superando em 1,58 °C os níveis pré-industriais, ressaltou Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus. Neste março, a temperatura média foi de 14,14°C, superando o recorde anterior de 2016 em um décimo de grau, de acordo com dados do programa.

 

Para o mês de março, a temperatura média do ar na superfície da Terra de 14,14 °C é 0,73 grau mais alta que a média para o período de referência de 1991 a 2020 e 0,10 grau mais alta do que o março mais quente medido até o momento, em 2016.

 

Em comparação com o período de 1850 a 1900, o período de referência pré-industrial, o mês foi 1,68 grau mais quente, segundo o Copernicus. A temperatura média global dos últimos 12 meses (abril de 2023 a março de 2024) é a mais alta já registrada desde o início da medição e está 1,58 grau acima da média pré-industrial, disse Burgess.

 

No entanto, isso ainda não significa que a meta de 1,5°C do Acordo de Paris tenha sido atingida, já que, para este fim, são usadas as médias de longo prazo. Essa meta estabelecida em 2015 visa limitar o aquecimento global a 1,5°C para evitar que sejam desencadeadas consequências mais graves e irreversíveis, como o colapso de ecossistemas, e para tentar manter o clima global num patamar habitável.

 

O serviço climático Copernicus da União Europeia publica regularmente dados sobre a temperatura da superfície da Terra, cobertura de gelo marinho e precipitação. As descobertas são baseadas em análises geradas por computador que incorporam bilhões de medições de satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas em todo o mundo.

 

 

Desde junho passado, o planeta tem batido recordes de calor todos os meses, com ondas de calor marinhas em grandes áreas dos oceanos.

 

Entretanto, os cientistas estimam que o recorde de calor durante esse período não foi totalmente surpreendente, devido ao El Niño, condição climática que aquece o Pacífico central e altera os padrões climáticos globais.

 

Com o declínio do El Niño, as margens pelas quais as temperaturas médias globais são excedidas a cada mês devem diminuir, calculou Jennifer Francis, cientista do Woodwell Climate Research Center.

 

A temperatura máxima não foi tão excepcional quanto a de outros meses no ano passado, que bateram recordes por margens maiores. "Tivemos meses recordes que foram ainda mais incomuns", disse Burgess, apontando para fevereiro de 2024 e setembro de 2023.

 

Alterações provocadas pelo homem

 

Os cientistas do clima atribuem a maior parte dos recordes de calor às alterações climáticas provocadas pelo homem, devido às emissões de dióxido de carbono e metano produzidas pela queima de carvão, petróleo e gás natural.

 

"A trajetória não vai mudar enquanto as concentrações de gases de efeito de estufa na atmosfera não pararem de aumentar", alertou Francis.

 

No Acordo de Paris, de 2015, o mundo estabeleceu o objetivo de manter o aquecimento a um nível igual ou inferior a 1,5 ºC em comparação com as temperaturas dos tempos pré-industriais.

 

Os dados de temperatura do Copernicus são mensais e utilizam um sistema de medição ligeiramente diferente do limiar de Paris, cuja média é calculada ao longo de duas ou três décadas.

 

O planeta já registrou 12 meses com temperaturas médias mensais 1,58 ºC acima da média registrada na era pré-industrial, de acordo com os dados do Copernicus. E, segundo esses mesmos dados, 2023 foi o ano mais quente da história.

 

md/cn (Lusa, DPA, AFP, AP)

 

*DW

 

 

 

 

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