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Quarta-feira, 09 de Abril de 2025, 06h:00 - A | A

10 MIL ANOS

Lobo extinto realmente voltou à vida em laboratório?

Redação

 

Crédito: Andrew Zuckerman / Colossal Biosciences

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Empresa diz ter ressuscitado o lobo-terrível, extinto há 10 mil anos. Será?

 

 

Pesquisadores de uma empresa estadunidense de biotecnologia e engenharia genética revelaram o nascimento de três filhotes de lobo cinzento com genes de lobo terrível, uma espécie que existiu há cerca de 10 mil anos. Isso foi anunciado como se o lobo extinto tivesse voltado à vida em laboratório – mas, será que foi isso mesmo que aconteceu? 

 

Na segunda-feira (7), a Colossal Biosciences causou alvoroço ao divulgar o nascimento de três lobos com traços genéticos do extinto lobo-terrível, batizados de Romulus, Remus e Khaleesi. A empresa afirmou que restaurou a espécie pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Segundo comunicado, o feito representa o retorno do lobo-terrível ao ecossistema tantos milênios depois de seu desaparecimento.

 

Em poucas palavras:

 

  • Três filhotes com genes do extinto lobo-terrível nasceram em um laboratório nos EUA;

  • A empresa responsável afirma ter usado biotecnologia para recriar a espécie após 10 mil anos;

  • Especialistas contestam, dizendo que os animais são apenas lobos cinzentos com pequenas modificações genéticas;

  • Cientistas destacam que aparência e comportamento similares não bastam para definir uma espécie extinta;

  • Para muitos, o projeto exagera seus resultados e serve mais para publicidade do que para avanços científicos reais. 

 

A declaração gerou entusiasmo, mas também muitas dúvidas na comunidade científica. Para o geneticista Jeremy Austin, diretor do Centro Australiano de DNA Antigo, a Colossal criou apenas um lobo cinzento modificado que lembra a imagem idealizada de um lobo-terrível. 

 

Em entrevista ao site Science Alert, ele destacou que as diferenças morfológicas entre os canídeos são sutis e que fósseis não garantem uma reconstrução visual precisa do animal extinto.

 

Beth Shapiro, bióloga evolucionista da Colossal, defendeu que o conceito de espécie é subjetivo. Ao site New Scientist, ela afirmou que todos podem discordar sobre o que define uma espécie – e que todos podem estar certos. Segundo a cientista, se o animal parece, age e cumpre o papel da espécie extinta, isso basta.

 
Filhotes criados em laboratório pela Colossal Biosciences, que se refere a eles como a “ressuscitação” do lobo-terrível. Crédito: Colossal Biosciences

 

Mas Austin não comprou esse argumento. Comparou a retórica da empresa à fábula “As Roupas Novas do Imperador”. Para ele, a Colossal “vendeu” um lobo-terrível que não passa de um lobo branco e cinza. “Não acho que isso represente a desextinção de forma alguma”.

 

Outro cético é Adam Boyko, geneticista da Universidade Cornell, em Nova York. Ao jornal The New York Times, ele destacou que os filhotes não foram criados em ambientes que reproduzam o comportamento ou dieta dos lobos-terríveis, o que compromete a transmissão de traços culturais e biológicos importantes da espécie original.

 

O que um animal precisa para ser “ressuscitado”?

 

Segundo Boyko, os filhotes têm apenas 20 genes do lobo-terrível. Ele questiona se esse número é suficiente para considerar o animal “ressuscitado”. “Pode ser que precisemos de 2 mil genes para chegar perto”, alertou. Para ele, o impacto genético real ainda é incerto.

 

A própria Colossal reconheceu ao Science Alert que não está criando um lobo-terrível idêntico ao original, mas uma versão inspirada na espécie. 

 

Austin ressaltou que seriam necessárias dezenas ou até centenas de milhares de alterações genéticas para recriar o animal com precisão. “Dizer que temos um lobo-terrível só porque ele é branco é ignorar tudo o que sabemos sobre genética e evolução”. Segundo ele, sem rigor científico, a promessa da desextinção acaba soando mais como marketing do que como ciência.

 

*Via Olhar Digital

 

Confira vídeo do SBT News:

 

 

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