Uma pesquisa liderada pelo cientista planetário Sean Marshall, do Observatório de Arecibo, em Porto Rico, indicou que o asteroide 3200 Phaeton, também chamado de Faetonte, está rotacionando cada vez mais rápido.
A descoberta aconteceu por acaso, enquanto os astrônomos observavam o astro para refinar seus parâmetros. Apesar de ser um dos maiores asteroides que se aproxima da Terra, considerado um objeto “potencialmente perigoso”, a sua órbita é bem conhecida, o que, felizmente, afasta os riscos de qualquer repercussão negativa para o planeta terrestre em um futuro próximo.
O Phaeton, que tem 5,8 quilômetros, receberá a visita da missão DESTINY+, da agência espacial JAXA, com lançamento estimado para 2024. A equipe de Marshall estava justamente coletando informações sobre o asteroide para alimentar modelos sobre a missão, porém de acordo com Marshall, “as previsões do modelo de forma não correspondiam aos dados”.
O brilho estimado pelo modelo não acompanhava o real tempo de brilho do asteroide. Diante dessa situação, o cientista percebeu que essa incompatibilidade poderia ser explicada por uma “leve mudança no período de rotação em algum momento entre as observações de 2021, talvez da atividade parecida com a de um cometa, quando ele estava perto do periélio, em dezembro de 2020”.
Ao comparar essas observações com dados mais antigos, o pesquisador concluiu que as informações obtidas entre 1989 e 2021 correspondiam a um modelo com aceleração rotacional constante. Um modelo que chegava mais próximo de reproduzir o que de fato acontecia com o asteroide.
Rotação do asteroide pode ser prevista e não afetará futuras missões
Apesar de ser uma aceleração constante pequena -cerca de 4 milissegundos, a menos por ano-, o seu impacto fica bastante evidente ao longo das décadas. Isso enquadra o Phaeton na breve lista de 11 asteroides conhecidos que têm rotação acelerada. Ainda não se sabe exatamente a causa dessa aceleração. Alguns estimam que pode estar relacionada com uma possível perda de massa, ou algum efeito do calor da luz solar.
Felizmente, essa situação não será um impeditivo para a missão DESTINY+, já que “uma mudança estável significa que a orientação do Phaeton no momento do sobrevoo da nave poderá ser prevista com precisão, então eles vão saber quais regiões estarão iluminadas pelo Sol”, finalizou Marshall.
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