Mauro Naves não é mais funcionário da Globo. O repórter esportivo, que trabalhava na emissora havia 31 anos, estava suspenso desde 5 de junho, quando foi retirado da cobertura da Copa América em nota oficial lida no Jornal Nacional. A Globo informa que a rescisão de contrato foi amigável. Mas o Notícias da TV apurou que ele foi demitido.
Naves foi punido porque teria atuado como intermediador de uma tentativa de acordo entre Neymar Jr. e o primeiro advogado de Najila Trindade, que acusa o jogador de estupro.
Em nota, a Globo informou que o contrato de Naves foi encerrado de forma amigável. "O Grupo Globo e o jornalista Mauro Naves decidiram encerrar consensualmente o contrato de prestação de serviços que mantinham. O Grupo Globo reconhece a imensa contribuição de Mauro Naves ao jornalismo esportivo e a ele agradece os 31 anos de dedicação e colaboração", afirmou a Comunicação.
A reportagem apurou, porém, que o desligamento não foi consensual. Naves desabafou a amigos na última quinta (4) que foi dispensado por causa de toda a confusão envolvendo Neymar. Ele vai receber todos os seus direitos trabalhistas, mas não está de saída por opção própria.
Segundo a nota divulgada ao vivo no Jornal Nacional, Naves foi afastado da cobertura porque forneceu o telefone de Neymar da Silva Santos, pai de Neymar, ao advogado José Edgard Bueno, em troca de uma posterior entrevista exclusiva. A Globo viu "evidências de que suas atitudes [as de Naves] neste caso contrariaram a expectativa da empresa sobre a conduta de seus jornalistas".
O afastamento causou espanto e apreensão nos bastidores da Globo. Afinal, é comum jornalistas em busca de furos de reportagem trocarem informações, principalmente agenda, com suas fontes.
A reportagem revelou que a nota de Bonner no Jornal Nacional não disse tudo para poupar o jornalista. De acordo com fontes na emissora, Naves foi além de um pacto entre fonte e repórter. O advogado teria ido até Petrópolis para negociar com o staff de Neymar e procurou Naves. O jornalista teria ouvido o pedido para mediar um acorde telefonado para o pai de Neymar para que ele aceitasse conversar.
A sua justificativa, de que forneceu o contato de Neymar pai em troca de um furo, não colou porque, se houvesse acordo entre o jogador e o então advogado de Najila, não haveria denúncia, não haveria escândalo, não haveria notícia. Além disso, Naves não reportou seus superiores sobre a sua participação no caso em 1º de junho, quando o UOL trouxe o escândalo à tona, nem contou detalhes que poderiam ajudar na cobertura. Só se manifestou quatro dias depois, quando o pai do jogador o denunciou. De acordo com fontes, a cúpula da Globo estava convicta de que Naves soube antes de todo mundo que o camisa 10 da seleção estava sendo acusado de agressão, mas não divulgou --"abafou", como se fala no meio jornalístico. Houve uma falha grave, na avaliação interna. O repórter também foi investigado por "ligações perigosas".
Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP
Siga a pagina MÍDIA HOJE no facebook:(CLIQUE AQUI)