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variedades Segunda-feira, 11 de Março de 2024, 09:51 - A | A

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MEL EM MT

Famílias nas regiões do Araguaia e Cerrado recebem incentivo para produzir mel

Redação

 

TV Brasil

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Famílias assentadas e o Cerrado na região do Araguaia serão beneficiadas por projeto desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), câmpus do Araguaia. O “Meliponicultura e manejo sustentável da flora do cerrado para desenvolvimento de cadeia produtiva de bioprodutos alimentícios” consiste no apoio a criação de abelhas sem ferrão para produção de mel e derivados, apoiando a sustentabilidade financeira de trabalhadores da região e a sustentabilidade ambiental do Cerrado.

 

Segundo a  coordenadora do projeto, professora Eliane Augusto Ndiaye, o projeto vai investir na capacitação técnica para moradores dos assentamentos rurais Brilhante e Sol em Pontal do Araguaia.

 

“Além da apresentação do projeto, serão realizadas atividades de capacitação com os moradores. O projeto oferece às famílias participantes: assistência técnica com profissionais especializados, e estrutura para a formação dos meliponários em seus terrenos. As famílias selecionadas participam da definição conjunta da agenda de visitas técnicas e de treinamentos”, relata a professora.

 

Entre os temas abordados nas formações estão a introdução à meliponicultura, a alimentação das abelhas e a reprodução de colmeias.

 

“A criação do meliponário e a agregação de valor através da produção e comercialização de produtos à base de mel superará o retorno financeiro e vai gerar ganhos para a comunidade dos assentamentos assistidos e benefícios para a sociedade. A meliponicultura protagonizada pelo coletivo estará alinhada com 11 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, explica.

 

A professora Eliane Augusto Ndiaye pontua que a geração de renda com a comercialização do mel atua para se alcançar o objetivo de erradicação da pobreza. “Com o projeto, as abelhas manuseadas atuam também diretamente no processo de polinização das plantas. Fecundadas pelas polinizadoras, as plantas melhoraram a produção familiar, ajudando na erradicação da fome e na promoção da agricultura sustentável”, destaca a coordenadora do projeto.

 

Saúde e meio ambiente

 

O projeto “Meliponicultura e manejo sustentável da flora do cerrado para desenvolvimento de cadeia produtiva de bioprodutos alimentícios” é também uma oportunidade de melhorias na saúde e promoção da igualdade de gênero. “Com o mel das abelhas, os moradores dos assentamentos poderão usar o produto na comida. Além de nutritivo, é bastante saudável. A desmistificação da atuação da mulher na apicultura contribui para promoção da igualdade de gênero; incorporação de mão de obra à ação iniciada pelo projeto atingiria o oitavo ODS (multiplicadores)”, cita a professora.

 

A docente ressalta ainda que o projeto impulsiona a redução das desigualdades, criação de cidades e comunidades sustentáveis com consumo responsável, combate às mudanças climáticas e parcerias pelas metas que precisam estar ativas junto com a Universidade e a comunidade. O projeto tem compromisso especial com a sustentabilidade e valorização da fauna e da flora nativas do Brasil.

 

“As ações propostas valorizam a agricultura familiar, o saber popular, a cultura e a tradição do povo brasileiro. Com essa filosofia, se vislumbra a geração de renda e alternativas para uma economia circular que, ao trabalhar com produtos artesanais oriundos de práticas autossustentáveis de manejo e beneficiamento de bioinsumos, garante a preservação, recuperação e uso racional de recursos naturais. Todo o sistema produtivo proposto baseia-se na recuperação ambiental, com manejo sustentável da fauna e da flora e valorização dos bioinsumos nativos do Cerrado, agregando valor aos produtos da terra”, relata a professora Eliane Augusto Ndiaye.

 

A docente explica que as ações são uma alternativa inteligente para a recuperação da flora nativa, pelo manejo agroecológico que proporciona a polinização de plantas e reprodução das espécies de ocorrência natural. “Além disso, a possibilidade de geração de renda baseada na coleta de frutos e sementes nativas do Cerrado, com produção de bioprodutos com alto valor agregado, estimulará o reflorestamento e preservação da flora nativa desse bioma. Nesse sentido, o sistema produtivo proposto é um Sistema Agroflorestal (SAF), que otimiza o uso da terra, conciliando a conservação das espécies e a produção de alimentos artesanais”, defende.

 

Com isso, o projeto trará benefícios como a recuperação de áreas degradadas e ganho de serviços ecossistêmicos, como a polinização. “Serão estabelecidos meliponários com espécies com ocorrência natural na região, havendo compromisso com a manutenção da diversidade genética das colônias. Para manutenção e recuperação da flora, serão disponibilizadas mudas de espécies nativas como o pequi, o cajuzinho-do-cerrado, o baru, o buriti, o murici, a mangaba, o araticum e a cagaita para plantio nas proximidades dos meliponários”, cita a professora 

 

Ela acrescenta que com o objetivo de manejo sustentável de espécies do Cerrado, as comunidades integrantes do projeto serão capacitadas para coleta e beneficiamento de frutos e sementes de espécies nativas, visando a produção de bioprodutos artesanais. “A valoração da mão de obra trará grande impacto social, ambiental e econômico para a região, podendo ser fonte de inspiração para novas iniciativas públicas e/ou privadas dentro do estado e em outras regiões do território brasileiro”, relata.

 

*Com UFMT

 

 

 

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