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política Sexta-feira, 24 de Junho de 2022, 07:00 - A | A

Sexta-feira, 24 de Junho de 2022, 07h:00 - A | A

SEM CARA NO FOGO

Bolsonaro sobre “botar cara no fogo” por Milton Ribeiro: “Exagerei”

Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na quinta-feira (23/6) que “exagerou” ao dizer que colocaria “a cara no fogo” por Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo, investigado por suposto esquema de liberação de verbas da pasta, mediante propina a pastores evangélicos. Ribeiro chegou a ser preso, mas foi solto nesta quinta (leia sobre o caso mais abaixo). Mas afirmou que continua a confiar no ex-auxiliar, tanto que colocaria  "a mão no fogo por ele”.

 

Em março, quando o suposto esquema foi revelado, Bolsonaro saiu em defesa de Milton e disse que as acusações eram uma “covardia”. “O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, declarou o presidente na ocasião.

 

“Eu falei lá atrás que botava a cara no fogo por ele. Eu exagerei, mas eu boto a mão no fogo pelo Milton. Assim como boto por todos os meus ministros, porque pelo o que eu conheço deles, a vivência, dificilmente alguém vai cometer um ato de corrupção”, disse durante sua transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta.

 
 
 

Veja o momento:

 

 

 

Na live, o presidente ainda citou uma movimentação “atípica” na conta bancária de Milton Ribeiro, que foi indício determinante para a Justiça Federal decretar a prisão do ex-ministro da Educação.

 

Ribeiro teria recebido um depósito suspeito de Arilton Moura, um dos pastores presos na operação que investiga um esquema de corrupção no MEC. Aliados do ex-ministro sustentam que o depósito seria referente à venda de um carro da esposa dele, Myriam Pinheiro Ribeiro, a Victoria Bartolomeu, filha de Arilton.

 

 

Bolsonaro defendeu o argumento do ministro de que o dinheiro era referente à venda de um carro e disse que a prisão de Ribeiro ocorreu “sem materialidade”.

 

“Ué, cada um pode ter R$ 50 mil na sua conta, pode ter R$ 100 mil na tua conta. Se você vender um imóvel hoje, você pode ter R$ 200 mil na sua conta. Qual o problema? É uma movimentação atípica? É. […] Mas ali era compra de um carro. Não tinha materialidade nenhuma para a prisão do Milton”, declarou Bolsonaro.

 

Prisão de ex-ministro

 

Ribeiro foi preso na manhã de quarta-feira (22/6), em Santos (SP), no âmbito de uma operação da Polícia Federal que investiga suposto esquema de liberação de verbas do Ministério da Educação, mediante propina a pastores evangélicos. Na quinta, o ex-miinistro foi solto por determinação do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que derrubou a prisão preventiva.

 

O suposto esquema, no qual o Ministério da Educação teria favorecido indicações de pastores em agendas e direcionamento de recursos, foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

 

A reportagem também apontou a existência de um “gabinete paralelo” de pastores. O suposto grupo exerceria controle sobre verbas e agenda do Ministério da Educação. Para isso, cobrariam propinas de gestores municipais interessados em obter obras do MEC.

 

Dias depois, o jornal Folha de S.Paulo revelou um áudio em que Ribeiro diz ter atendido a pedidos do presidente Jair Bolsonaro para favorecer pastores com verbas da pasta.

 

O “gabinete paralelo” do MEC seria formado por pastores sem cargo no governo. São eles: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são integrantes da Assembleia de Deus; Gilmar também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb).

 

A atuação incluiria pedidos de propina a prefeitos para facilitar acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado, por exemplo, R$ 15 mil e 1 kg de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).

 

Na ocasião, Arilton teria mencionado deliberadamente a destinação de recursos, na presença de outros prefeitos. O pastor também teria repassado o número da conta bancária para que os líderes municipais efetuassem as transferências.

 

Operação da PF

 

A ordem de prisão, realizada pela Polícia Federal, foi determinada pelo juiz federal Renato Borelli. No mandado de prisão, o magistrado elenca ao menos quatro crimes que teriam sido cometidos por Ribeiro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.

 

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Eles são ligados ao presidente Bolsonaro e apontados como lobistas que atuavam no MEC, quando a pasta era comandada por Ribeiro.

 

Os pastores negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais – mesmo sem ter cargo no governo.

 

 

 

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