A partir de agora sou oficialmente um morador de Várzea Grande. Depois de muitos anos morando em Cuiabá decidi me mudar para a cidade “Industrial”. Aqui chegando me deparei com a triste realidade da falta de água. Vizinhos colaborativos anunciam quando a água chega, aliás chega no cavalete, pois não tem força para subir na caixa. É necessário uma bomba elétrica para aproveitar as migalhas que são servidas aos moradores.
Imagine uma mãe de família que acorda cedo para buscar o seu sustento tendo que varar a noite esperando a caixa encher. E enquanto a água chega, roupas e pratos são lavados, banhos são tomados.
É desumano, é inadmissível pois enquanto todos sofrem, um pequeno grupo se locupleta das falhas que tornam o sistema rentável.
Quatro anos passaram sem que o imberbe Kalil conseguisse estancar a sangria que se tornou o famigerado sistema. Perdeu a mão, perdeu a vergonha, perdeu o voto.
Agora olhando no horizonte enxergamos a salvadora da pátria. Linda, com todo respeito, competente, sorridente. Será que a água vai chegar? Será que aqueles que lucram horrores vendendo bombas elétricas e sonhos, vão ter que mudar de ramo?
Parece que a falta de água em minha cidade virou uma cadeia produtiva. Caminhões pipa cortam a madrugada servindo sedentos cidadãos. Bombas d’água são vendidas a rodo já que o líquido precioso chega tão fraco que não consegue chegar ao seu destino final, e ainda tem a corrupção, pessoas mal intencionadas que se aproveitam da fraqueza da gente, do nosso suor, da nossa roupa suja, da nossa casa imunda e de nossa vida miserável.
Quando liguei o chuveiro pela primeira vez na minha casa aqui em Várzea Grande, um fétido líquido regado a corrupção e descaso, escoou pelo meu corpo.
Há mais ninguém reclama! Ninguém faz nada! Reclamar pra quem? Fazer o que?
O que vejo aqui é um Ministério Público empoeirado pela falta de água, omisso pela falta de vergonha na cara e inoperante pela certeza da impunidade que ele próprio ajuda a criar.
Reclamar pra quem então? Buscar socorro onde todos estão se locupletando dentro do mesmo balaio.
Que realmente venham novos ares. Que a água chegue primeiro para limpar a sujeira da política e seus imundos espíritos das profundezas. Que o povo possa dormir em paz, sem precisar ligar as famigeradas bombas d’água. Que possamos ter uma vida tranquila onde o certo é o certo e sim, sim e o não, não.
Quando liguei o chuveiro pela primeira vez na minha casa aqui em Várzea Grande, um fétido líquido regado a corrupção e descaso, escoou pelo meu corpo.
A pergunta querida prefeita é, até quando?
Precisamos, temos o direito de lavar nossa alma. Que a nossa prefeita consiga fazer uma faxina no sistema, jogando os ratos no esgoto, estancando a sangria do dinheiro público e a farra às custas de uma população carente e ávida por cuidados.
Mais quatro anos de inoperância, ninguém aguenta, por isso a mudança.
A maior derrota que podemos registrar é aquela que perdemos para nós mesmos e para o nosso ego, doentio, podre e irrecuperável.
Que venham novos tempos, que venha a água e que venha o respeito por cada um de nós.
*Luiz Fernando é jornalista em Cuiabá, palestrante, terapeuta holístico e criador do método CURE que auxilia no tratamento para a bipolaridade. luizfernandofernandesmt
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