Baixo, magro, mestiço, descendente de índios bororos e terenas, nascido aqui pertinho de Rondonópolis, na região de Mimoso, Cândido Mariano Rondon tinha tudo para não dar certo. Remou contra todas as probabilidades e venceu, se tornando um dos brasileiros mais importantes da História. Um dos mais reverenciados no mundo.
Herói do Exército, Pai das Comunicações, líder da Expedição Roosevelt-Rondon, indicado para o Nobel da Paz pelo físico Albert Einstein, a trajetória de Rondon deve ou deveria servir de farol para muitos.
Percorreu durante a sua vida mais de 40 mil quilômetros a pé, a cavalo e em frágeis embarcações para conhecer um Brasil profundo, então inóspito, em quase três dezenas de expedições. Tinha como meta realizar levantamentos topográficos de rios e extensos territórios.
Nas andanças por aqui, Rondon e sua tropa ficavam na Fazenda Velha, onde passa hoje a avenida W11, via importante da nossa cidade, chegavam a pé ao Casario e, de lá, atravessavam o rio de balsa para chegar ao Cais.
Quantos de nossos ancestrais também saíram de terras distantes, no final do século 19, em busca de um sonho? Alguns vieram a pé do Nordeste atrás de um lugar para plantar. Outros em comitivas em busca de ouro e pedras preciosas, se alojando em localidades como Poxoréo e Guiratinga.
Esse acreditar trouxe meus pais Joaquim e Rita Maria até aqui também. Na zona rural, enfrentaram o desafio de criar seis filhos em um lugar que não tinha nada. Sobravam dificuldades.
como não acreditar que Rondonópolis nasceu para ser ‘Rondonopolo’, cidade polo em agroindústria, saúde, educação, tecnologia, serviços, comércio, construção civil e tanto mais
Minha tarefa com seis, sete anos era ajudar na roça e levar marmitas para meus irmãos na hora do almoço. Podia até faltar o pão, mas uma coisa que jamais faltou foi união e a certeza de que venceríamos as dificuldades juntos.
Saímos da roça e viemos para a cidade, onde pude estudar e ser o primeiro da família a ter um curso superior. Fui professor de Geografia por 15 anos, constitui família e ao lado minha parceira de vida, Elisiane, fui galgando outros espaços e abençoado com dois filhos, Amanda e Lucas.
Na vida pública, convidado pelo então prefeito Zé Carlos do Pátio, assumi um setor habitacional que contava à época com dois funcionários. Era o ano de 2009. Hoje olho para trás e vejo que construímos mais de 30 mil casas e apartamentos desde então. Entregamos mais de 35 mil títulos de propriedade. Aquele departamento habitacional é hoje uma das principais secretarias do município, com 150 funcionários, todos trabalhando para cumprir o desafio de zerar o déficit habitacional na cidade nos próximos anos.
E foi assim também no Sanear, posto que assumi com a perda da saudosa companheira Terezinha. O saneamento de Rondonópolis é contado em prosa e verso pelo Brasil, virou exemplo, conquistando reportagens nacionais e premiações.
Por isso, como não acreditar que Rondonópolis nasceu para ser ‘Rondonopolo’, cidade polo em agroindústria, saúde, educação, tecnologia, serviços, comércio, construção civil e tanto mais. Uma cidade, enfim, polo em desenvolvimento humano e qualidade de vida.
Rondonópolis nasceu do acreditar. E esse também é o DNA de quem nasce aqui. Está no nosso sangue pensar grande, ousar, acreditar.
*PAULO JOSÉ CORREIA é ex-secretário municipal de Habitação e ex-presidente do Sanear, é pré-candidato a prefeito de Rondonópolis pelo PSB.
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