Deus em ação

 

Você com certeza já deve ter ouvido falar do tal algoritmo da internet. Pois é, esse carinha é um conjunto de regras e instruções matemáticas que são usadas pelas redes sociais para processar os dados e tomar decisões automatizadas. É ele que organiza os conteúdos que vamos ter acesso, como vídeos e outros. Ele se baseia nas suas curtidas, comentários, compartilhamentos, histórico de navegação e muito mais.

Assim, se você acessa um determinado conteúdo e assiste até o final, por exemplo, o algoritmo entende que aquele assunto te interessa e passa a te oferecer mais e mais coisas semelhantes. A experiência do usuário vai sendo personalizada, mas este escrito não é sobre o algoritmo e sim sobre uma questão muito importante que observei a partir do momento que ele determinou um nicho de vídeos para mim.

Dia desses assisti a um vídeo de um influencer fazendo um experimento social. Nas ruas, ele testava a bondade e empatia das pessoas pedindo ajuda. O jogo era simples, quem o ajudasse de bom coração seria ajudado no final com uma grande quantia em dinheiro ou então a realização de um sonho. Gostei e assisti até o final. Foi o que bastou para que o algoritmo me encaminhasse vídeos de outras pessoas que faziam o mesmo, chamados de influenciadores sociais.

Nesta lista vieram os vídeos do John Leitão que encontra vendedores de rua e compra tudo que a pessoa estiver vendendo por um valor generoso, muito acima do que a pessoa poderia sonhar. Rodrigo Don, que viaja o Brasil perguntando para as pessoas: “Como eu posso te ajudar?” e ajuda mesmo. Lucas Veiga, um jovem que chega num estabelecimento, geralmente pequeno, e compra 100 unidades de um determinado produto, seja bolo de pote, pasteis ou qualquer outra coisa e por aí vai.

São muitos que se embrenharam nessa seara e estão ajudando a mudar a vida de muita gente.

Ok, a fórmula é muito interessante, importante e sempre tem o mesmo final, devolve a dignidade para a pessoa, proporciona recomeços, realiza sonhos e faz os corações mais moles chorar.

Eu particularmente me emociono sempre com as histórias. Vejo sempre um direcionamento divino nas ações, são sim os que mais precisam que se dispõe a ajudar sem saber que na verdade serão ajudados. Mas tem também um outro fator presente em praticamente todas as histórias que me chamou a atenção.

Na maioria dos casos, quando o tal experimento social é revelado, a pessoa que está recebendo ajuda não acredita no que está acontecendo e é muito comum ouvirmos a seguinte frase: “É muito dinheiro moço, eu não posso aceitar”.

Pode ser inconsciente, mas a crença da falta de merecimento pode lançar a pessoa num mar de dificuldades. Não se trata aqui de orgulho ou vergonha, mas sim de não se sentir merecedor por tamanha mudança de vida, pois ao afirmar, eu não posso aceitar, posso estar ouvindo uma voz que parte de dentro do meu ser dizendo que simplesmente eu não mereço receber tudo aquilo de um estranho que acabei de conhecer.

Rodrigo Don por exemplo faz uma pergunta simples, como posso te ajudar. Ele não pensa na resposta que receberá. Mas em praticamente todos os seus vídeos precisa ajudar a pessoa a decidir, a tomar uma atitude e agir.

Esse mundo onde o algoritmo tem ditado as regras, está nos lançando num terreno muito perigoso para o desenvolvimento da humanidade, o individualismo. Estamos tão acostumados a nos adaptar às leis ditadas pelo tal algoritmo, que muda de quando em quando, que estamos esquecendo valores e conceitos que deveriam ser mais fortes que qualquer métrica.

Olhe nos perfis das redes sociais, todos sorrindo, todos felizes, todos bem. O mundo perfeito escorrega por nossos dedos forçando a todos a manter a aparência a qualquer custo, afinal, se não fizermos isso o algoritmo não irá entregar.

Fico pensando em que momento a pessoa passou a pensar que não merece, que não pode, que não vai conseguir. Será que tem a ver com a sua última postagem. O belo sorriso escondendo o caos interno? Não querer que os outros saibam de seu infortúnio?

A vida não tem algoritmo, e se a ajuda chegou é por que você é sim merecedor. Aceite a benção que você pode ter pedido. Não é à toa que quem quer que seja chegou até você. Existiu um movimento do universo para te oferecer um recomeço, não desperdice isso. É inegável que nós somos Deus em ação, Ele precisa de nós para plantar os milagres que o outro precisa, assim sendo, não se trata do John ou de quem quer que seja, aquele é o movimento espiritual que te encontrou e vai dar movimento para sua vida. 

Um dia estava em casa e um amigo me ligou e me perguntou o seguinte: Luiz você aceitaria receber uma cesta básica? Me disse que estava distribuindo cestas básicas e que havia pensado muito em mim, mas que estava até com vergonha de me falar isso. Imediatamente aceitei e ele veio até minha casa com uma robusta cesta básica.

Confesso que naquele momento eu não entendi qual era o movimento da espiritualidade, mas sabia do fundo do meu coração que algo aconteceria. Outro dia eu estava em casa e recebi uma mensagem pelo whats. Era um amigo que a muito não via me pedindo 20 reais emprestados. Perguntei o que estava acontecendo e ele me falou que não tinha nada para comer em casa e que iria comprar uma marmita para aquele dia. Foi nessa hora que entendi o porquê aquela cesta básica veio parar em minhas mãos. Perguntei se ele poderia vir até minha casa que tinha algo muito maior para ele. Para encurtar a história ele veio e pegou a cesta básica e foi embora agradecido pela providência divina.

É assim que Deus age, entrega o que precisamos, realiza sonhos, cura feridas e seca lágrimas. Então entenda que se chegou até você é porque é para você. Aceite e seja feliz. Quando a ajuda chegar, aceite. Não ignore a capacidade que Deus tem de ler seu coração aflito.

Lembre-se que somos todos Deus em ação. Estamos todos navegando no mesmo mar e estarmos em barcos diferentes não nos torna maiores ou melhores que ninguém. Agora eu te pergunto. Como nós podemos nos ajudar?  

 

*Luiz Fernando é jornalista em Cuiabá, palestrante, terapeuta holístico e criador do método CURE que auxilia no tratamento para a bipolaridade. @luizfernandofernandesmt  (FALE COM O LUIZ)

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