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opinião Domingo, 17 de Maio de 2020, 07:06 - A | A

Domingo, 17 de Maio de 2020, 07h:06 - A | A

Opinião

Apertem o cinto, o piloto sumiu!

*CARLOS RIZZO

 

Parece cômico se não fosse trágico, mas é exatamente como estou vendo a pandemia.

Nesse momento, me lembro de um filme dos anos 80, filme este que me emprestou o título para o artigo: 'Apertem os cintos, o piloto sumiu!'

O filme é uma comédia estrelada pelo piloto Ted Striker (Robert Hays), ex-combatente de guerra, que é forçado a assumir os controles de um avião quando a tripulação e o piloto titular sucumbem à comida envenenada.

Ted, um piloto pra lá de maluco, e Elaine (Julie Hagerty), sua namorada; passa a atuar como aeromoça de improviso e co-piloto, e vão juntos tentar salvar os passageiros e terminar o voo com sucesso, mas existe um problema: ele é um maluco desequilibrado e os passageiros e tripulação estão contaminados.

Consegue perceber a semelhança com o caos que estamos vivendo hoje?

Estamos voando em um enorme avião, tipo um Antonov An-225, entende? Só que esse enorme avião se chama Brasil, onde os "passageiros", ou seja, a população está contaminada ou se contaminando com o Coronavírus, e a tripulação está batendo cabeça.

Um piloto doidão está tentando salvar os passageiros, ou devo dizer, os brasileiros, mas de forma muitas vezes atabalhoada.

O tripulante do Ministério da Saúde tentando descobrir uma forma de controlar a pandemia, só tem uma resposta para todas às perguntas que lhe são feitas: - Não sei, Não sei, Não sei! E exatamente por não saber, pulou do avião.

E o co-piloto, ou seja, o vice-presidente? Ele é capaz de comandar um um exército de soldados, mas sumiu em meio a batalha com a pandemia. Ele é capaz de criar dezenas de estratégias e táticas de guerra, mas parece ter levantado a bandeira branca diante do inimigo Coronavírus.

Há outros tripulantes; entenda-se, governadores, prefeitos, ministros, deputados e senadores; que criam mecanismo que mais parecem uma comédia, como no filme supracitado.

É um rodízio sem nexo de veículos, que limitam o tráfego dos carros, mas entopem os coletivos de pessoas que se aglomeram mais que atum enlatados, tentando chegar ao destino, por exemplo.

É um tal de lockdown aqui, um tal liberar geral ali; uns com máscaras e outro que de tão mascarados acham que não precisam de máscara, alguns trancafiados

É um tal de lockdown aqui, um tal liberar geral ali; uns com máscaras e outro que de tão mascarados acham que não precisam de máscara, alguns trancafiados, como medo do bichinho que mata, e tem também aqueles que não abrem mão do churrasco com os amigos; e até mesmo quem devia pilotar o "avião", anda pilotando jet-ski.

E os passageiros, ou seja, a população?

Estes estão exatamente iguais aos passageiros do filme. Alguns histéricos, mergulhados dentro de um frascos de álcool em gel, outros acabando com os estoques de comidas dos supermercados, e ainda tem aqueles que agem como se não houvesse amanhã; não usam máscaras e nem álcool, se aglomeram num papinho animado na distribuidora da esquina para tomar "uma", e nem querem saber sobre o dito cujo distanciamento social.

Vai entender!

Só espero que o piloto doidão e sua tripulação de batedores de cabeça consigam estabilizar esse "avianzão" chamado Brasil, mas se não conseguirem, que não o deixem que se estatele no chão. Que pelo menos o aterrize sem trem de pouso, com a barriga esfregando na pista, mas relativamente inteiro.

Com certeza é melhor um pouso forçado com alguns mortos e outros feridos, que um tragédia sem sobreviventes. Apertem os cintos e rezem! Ainda estamos no ar e não sabemos como o piloto vai fazer a aterrisagem.

*Carlos Rizzo é profissional liberal em Cuiabá.

 *Os artigos são de responsabilidade seus autores e não representam a opinião do Mídia Hoje.

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