- (crédito: Rodrigo Buendia/AFP)

Fernando Villavicencio chegou a receber ameaças e acusava instâncias políticas de relação com o narcotráfico
Três tiros na cabeça silenciaram para sempre o jornalista e ex-congressista Fernando Villavicencio, candidato presidencial do movimento Construye, e mergulharam o Equador em uma crise política. O assassinato ocorreu por volta das 18h20 de quarta-feira (9/8), cerca de 20h20 em Brasília, no momento em que Villavicencio deixava o Colégio Anderson de Quito, na região centro-norte da capital equatoriana.
Aos 59 anos, o político de centro-esquerda dedicou parte de sua carreira política a denunciar casos de corrupção. Vídeos divulgados pelas redes sociais mostram o momento em que os tiros são disparados. Várias pessoas se jogam no chão, próximo à porta do colégio. Pouco depois, um grupo corre em direção à esquina, onde há um homem caído na calçada. "O que se passou com Fernando?", uma pessoa questiona. Em outro vídeo, Villavicencio caminha em direção ao carro, cercado por seguranças e carrega uma garrafa e uma sacola. As pessoas gritam "Fernando! Fernando!". Assim que entra no carro, ouve-se 13 disparos.
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, divulgou nota em que se disse "indignado e consternado". "Minha solidariedade e minhas condolências à sua esposa e às suas filhas. Por sua memória e por sua luta, eu lhes asseguro que esse crime não ficará impune", escreveu. Lasso informou que se reuniria com o gabinete de segurança no Palácio de Carondelet, sede do Executivo. "Pedi à presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Diana Atamaint; à procuradora-geral do Estado, Diana Salazar; ao presidente da Corte Nacional de Justiça, Iván Saquicela; e às demais autoridades de Estado que compareçam de maneira urgente a esta reunião para tratarmos do fato que consternou o país. O crime organizado chegou muito longe, mas todo o peso da lei cairá sobre eles", avisou Lasso.

Estado de exceção
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou estado de exceção - similar ao de emergência - por 60 anos e garantiu a realização das eleições presidenciais no dia 20 de agosto. A declaração, feita na madrugada desta 5ª feira (10.ago), aconteceu poucas horas após o assassinato de Fernando Villavicencio.
"Diante da perda de um democrata e um lutador, as eleições não estão suspensas. Ao contrário. Estas serão realizadas, e a democracia precisa se fortalecer. Essa é a melhor razão para ir votar e defender a democracia", disse Lasso, reforçando que as Forças Armadas foram mobilizadas para garantir a segurança e a realização do pleito.
Durante a fala, o presidente também decretou luto oficial de três dias pelo assassinato de Villavicencio. O político foi atingido por três tiros na cabeça quando saía de um comício em uma escola em Quito, onde outras nove pessoas ficaram feridas. Até o momento, seis suspeitos de participar do crime foram detidos, enquanto um foi morto durante troca de tiros.
A suspeita, segundo Lasso, é que o crime tenha sido cometido pelo crime organizado. Isso porque, desde que entrou no poder, em 2021, o presidente vem enfrentando a maior crise de insegurança já registrada no Equador, sobretudo devido à proliferação e ações violentas de gangues ligadas às máfias do narcotráfico internacional.
*Via Correio Braziliense/SBTNews
Confira vídeo do caso e postagem do presidente:
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