Com a reabertura da economia chegando a um número cada vez maior de setores, o afrouxamento do isolamento social se vê cada vez mais evidente nas ruas. Com mais gente se deslocando pelas cidades, o transporte coletivo (quase sempre abarrotado de gente) pode se tornar um dos locais mais propícios para a propagação da Covid-19. Quem não tem como evitar o uso de ônibus, barcas, trens e vans precisa redobrar cuidados para evitar o contágio.
Presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio, Tânia Vergara alerta que não é só o que se elimina pelo nariz e pela boca que pode espalhar o vírus.
— Mãos são um veículo muito importante. Uma mão contaminada contamina objetos, que contaminam outras mãos, que são levadas à boca, nariz e olhos, levando o vírus para a próxima vítima. É um ciclo que se perpetua se não quebrado — destaca a especialista.
Para minimizar os riscos de quem precisa se deslocar em horários de rush, o que se pode fazer, segundo Vergara, além de manter o afastamento de outras pessoas quando possível, é usar corretamente as máscaras de proteção, manter janelas abertas e higienizar frequentemente as mãos:
— As máscaras devem cobrir nariz e boca e devem ser trocadas se ficarem úmidas com a fala ou a respiração. As mãos devem ser higienizadas com água e sabão ou álcool 70% várias vezes durante o dia. É preciso higienizar antes de sair de casa e depois de segurar em balaustres de transportes, cadeiras, maçanetas, dinheiro.
Virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Betania Paiva Drumond diz que é importante a aplicação do álcool gel nas mãos sempre que embarcar ou descer do transporte, para que não se leve ou saia com o vírus do coletivo. Aglomerações em filas enquanto aguarda o embarque devem ser evitadas. Além disso, deve-se evitarlevar as mãos ao rosto enquanto estiver na condução.
— Se precisar espirrar ou tossir, use um lenço ou projeta com o braço, mas não se deve levar a mão à boca, olhos ou nariz. Se for trocar de lugar e acabar tocando no apoio metálico ou no próprio assento, deve-se fazer a assepsia — diz a especialista.
Passageira infecta 15 pessoas
Nesta semana, um jornal britânico publicou a história de uma única passageira infectada com o coronavírus que transmitiu a doença para outras 15 pessoas, sem saber, durante um voo de 10 horas entre Londres, na Inglaterra, e o Vietnã.
A mulher, que não teve a identidade revelada, estava com dor de garganta e tosse antes do embarque e testou positivo para Covid-19 dias depois, de acordo com um relatório do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
A viagem ocorreu no dia 1º de março, e um trabalho de rastreamento de contatos foi determinante para que se chegasse agora na identidade das pessoas infectadas: 12 passageiros da classe executiva, dois da econômica, além de um membro da tripulação.
Para os que precisam utilizar aviões durante a pandemia, Vergara lembra que o perigo de contaminação está na proximidade com os vizinhos do lado, da frente e de trás e com os objetos contaminados, como maçanetas, torneiras e braços de cadeiras.
— No avião, o fluxo de ar é diferente e ninguém anda grudado no outro como em ônibus, metrôs, trens e vans, mas deve-se tomar os mesmos cuidados, como usar máscaras o maior tempo possível, restringindo a retirada aos horários de alimentação, além de higienizar tantas vezes quanto necessárias as mãos — diz Tania, ressaltando que os cuidados devem ser estendidos ao período em que se circula pelos terminais dos aeroportos.
Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP
Siga a pagina MÍDIA HOJE no facebook:(CLIQUE AQUI)