12 de Outubro de 2024

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variedades Terça-feira, 23 de Agosto de 2022, 07:00 - A | A

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CORAÇÃO DE D. PEDRO

Entenda por que coração de Dom Pedro I foi separado de seu corpo

Revista Galileu

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Como parte das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, o coração de Dom Pedro I foi transportado pela Força Aérea Brasileira (FAB) diretamente de Portugal, chegando em Brasília na segunda-feira (22).


A relíquia, que fica na cidade portuguesa do Porto, permanecerá exposta à visitação pública no Palácio do Itamaraty, entre 23 de agosto e 8 de setembro, segundo comunicado do Planalto.

 

É a primeira vez em 187 anos que o coração do monarca deixa as terras portuguesas para vir ao Brasil. A transladação temporária do órgão foi aprovada por unanimidade pela câmara de Porto no último dia 18 de julho, segundo o veículo local Mundo Lusíada.

 

O corpo de Dom Pedro I está sepultado na Cripta do Monumento à Independência, no Museu do Ipiranga, em São Paulo. O local é próximo de onde o então príncipe regente teria dado o Grito da Independência, em 7 de setembro de 1822. Mas por que, afinal, seu coração ficou em Portugal?

 

Guerra entre irmãos

 

Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara (mais tarde D. Pedro II), de apenas 5 anos, em 7 de abril de 1831. Com o herdeiro ainda menor de idade e o governo nas mãos dos regentes, seu pai partiu com a família real para a Europa em 13 de abril de 1831.

 

Pedro I reivindicou seu título de duque de Bragança e retornou a Portugal. Seu objetivo na terra natal era grandioso: ele queria travar uma batalha contra seu próprio irmão, o absolutista D. Miguel. Isso para restituir o trono a sua filha, Maria da Glória, ocupado em 1828 pelo tio e apoiado por forças absolutistas.

 

D. Pedro I realmente tinha tantas mulheres quanto mostra a nova Novo Mundo? (Foto: Wikimedia Commons)

O coração de D. Pedro I estava trancado a cinco chaves antes de ser levado ao Brasil para comemorações do Bicentenário da Independência (Foto: Wikimedia Commons)

 

Junto à população de Porto, D.Pedro I derrotou D. Miguel. O irmão perdedor assinou a Convenção de Évora Monte, em 26 de maio de 1834. A herdeira, Maria da Glória, prestou juramento e subiu ao trono em 20 de setembro daquele mesmo ano, como Maria II.

 

A guerra contra o irmão, contudo, já havia consumido demais D. Pedro I. Sua saúde decaiu e, com imunidade baixa, contraiu tuberculose. Morreu em decorrência da doença em 24 de setembro 1834, no Palácio de Queluz.

 

Homenagem post mortem

 

Na véspera de sua morte, o monarca declarou querer entregar seu coração — literalmente — “à heroica cidade do Porto”. De acordo com a Irmandade da Lapa, para o governante, o local teria sido palco de sua “verdadeira glória”. 

 

Em 1972, as demais partes dos restos mortais de D. Pedro I foram trazidas ao Brasil. Já o órgão que bombeia sangue está desde 1835 em Porto, conservado em formol num recipiente de vidro.

 

 

Para que chegasse ao Brasil hoje, o coração deixou de ser guardado com as cinco chaves que o protegem. Segundo a agência Lusa, antes de viajar até o nosso país, o item foi exposto abertamente ao público no Salão Nobre da Irmandade da Lapa.

 

A relíquia retornará a Porto em 9 de setembro, onde ficará exposta novamente nos dias 10 e 11 do mesmo mês, até voltar a ser trancada.

 
 

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