Diz aquele filósofo, para muitos maldito,
Que para recuperar-se de si...
Que para se esquecer por tempos...
O homem busca falsos artifícios.
Entre estas falsificações, estaria a poesia,
por onde flanam errantes os poetas.
Triste sina dos filósofos,
essa tal de racionalidade !
Tenho desses sedentários muita pena.
O peso do exercício da própria razão
traz à essa rudeza de vida desamparada,
que não permite a diferença de olhares
e nos adesiva a pecha de rebanho.
Qual mal viver com esses doces artifícios
Esses desejados dotes e doses de arte.
De que me valem os olhos,
e os ouvidos
se não tenho como ver e ouvir
o que fabrico em sonho ?
O que motiva o desejo ?
E que arde a carne ?
E que corrompe a alma ?
Senão a incontida vontade de ser além de si
Em farsa criada, seja a vida seja a arte,
Nem só se recupera, talvez se perde.
Nem sempre só se esquece, também encontra.
Ora, pois, está lançada a divergência
Criar poeticamente a vida o mundo a sina
É sim, humano, demasiadamente mundano.
*(Américo Corrêa)
*Os artigos são de responsabilidade seus autores e não representam a opinião do Mídia Hoje.
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