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opinião Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2022, 08:32 - A | A

Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2022, 08h:32 - A | A

BAR DO BUGRE

TEMPO E MEMÓRIA

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 
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Esta segunda-feira, após a Copa do Catar, embora o Brasil tivesse sido eliminado precocemente da competição, amanheceu de uma forma diferente.

 

Está com cara de segunda feira de ressaca, como se o domingo tivesse sido um dia diferente para nós.

 

Acredito ser a melancolia do final do ano que se finda, tão diferente em uma pessoa idosa cheia de recordações, misturada com a alegria dos festejos do Natal.

 

Quando crianças não tínhamos passado, e criança não sofre de melancolia e suas vidas é uma alegria sem fim.

 

Observo essa alegria contagiante nos meus bisnetos que têm o tempo todo a seu favor, e a memória onde são armazenadas nossas impressões é muito recente.

 

Crianças ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.

 

Feliz da criança cujos pais participam dessas descobertas que serão no futuro suas memórias.

Somos memórias vivas na vida de nossos filhos, esposas, ex-amores, amigos e irmãos.

 

Li que um pai jornalista, meu amigo, saiu de casa com seu filho de apenas cinco anos, para comprar figurinhas para preencher o álbum do seu filho.

 

Tanta lição ficou na memória dessa criança, constituindo o seu passado, que jamais passará como o vento forte que varrem as coisas do presente.

 

Envelhecemos diante do tempo, nossos filhos crescem, muita gente parte.

 

Para a memória sempre somos jovens.

 

Nossos filhos serão sempre crianças, e assim o chamamos.

 

Nossos amigos estão sempre por perto, e nossos pais não morrem nunca.

 

Nossa memória é um baú cheio de saudades, de coisas boas ou não.

 

A capacidade de se emocionar vem daí, e uma música qualquer faz com que voltemos àquela época.

 

É comum amigos verdadeiros da juventude se reencontrarem já adultos ou idosos.

 

Eles voltam a se comportar como adolescentes bobos e imaturos, como nas festas de confraternização dos anos de formados em uma faculdade.

 

O tempo não passa para a memória, e ele eterniza amigos, brincadeiras, apelidos.

 

Ele não permite que sejamos adultos perto de nossos pais.

 

Serei sempre o filho do Bugre, dono do bar.

 

Somos memórias vivas na vida de nossos filhos, esposas, ex-amores, amigos e irmãos.

 

Mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram.

 

1

 

*Gabriel Novis Neves

 

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

 

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