Essa é uma pergunta que parece boba, mas tem que ser analisada de forma mais profunda antes de respondê-la. Essa história de "pai " e "mãe" disso ou daquilo é algo que ainda tentam impor na mente das pessoas a ideia do paternalismo do estado, uma visão quase que imperialista onde o povo parece um detalhe no processo. Seria mais ou menos assim.
Como secretário de saúde que fui em 2014 poderia trazer pra mim o louro de ter iniciado o processo ,junto com então prefeito Mauro Mendes, pois foi nessa época que adquirimos o projeto e licitamos a obra. Porém, fazer isso é repetir o erro de sempre, adonar daquilo que não é seu. Erro muito comum da maioria dos políticos e que de certa forma a população imputa nele a "paternidade" de fazer ou não determinadas obras.
Hoje, observamos uma maior maturidade da população e também das gestões. Há algumas décadas ninguém dava continuidade as obras dos antecessores, reforçando a velha frase dos velhos políticos ; "não ser pai de filho dos outros". Essa frase resume bem o pensamento do político retrógrado, tanto que aqui em Mato Grosso temos exemplos de obras abandonadas pra não deixar "legado" de gestões anteriores. A exemplo do Hospital Central e do Novo Júlio Miler.
Esse tipo de prática, ainda comum nos dias atuais, revela o quanto nossa sociedade precisa evoluir para chegarmos a um patamar de respeito ao cidadão contribuinte. Nisso é preciso fazer justiça e parabenizar a atual gestão municipal, representada pelo prefeito Emanuel Pinheiro, pois abraçou e colocou a cabo um dos mais belos projetos da saúde pública do Brasil, o novo pronto socorro. Demonstrou assim maturidade e respeito com erário, mas sobretudo sonhou os sonhos de milhares de cuiabanos e mato-grossenses. O governo anterior, representado pelo governador Pedro taques, mesmo sendo oposição ao prefeito, manteve os investimentos. Assim também cumpriu com seu papel republicano de governar para todos.
Briga de egos nesse momento não resolve os problemas da saúde de nosso estado. A boa política pressupõe a união e sinergia republicana de esforços entre os entes públicos em prol da resolução dos problemas que é de todos e as eleições se vê na época certa de acordo com as regras e o tempo constitucional. Antecipar é um desrespeito à própria democracia.
Por fim chegamos ao verdadeiro pai e mãe dessa obra: o cidadão mato-grossense. Esse que trabalha diuturnamente nós quatro cantos do Estado e paga seus impostos para que os seus representantes os apliquem de forma coerente e com parcimônia. O dinheiro que planejou, executou e equipou vem do bolso de todos.
Talvez essa obra deixe um grande ensinamento para todos: mostrar que é possível fazer quando se respeita o cidadão e suas escolhas. Pai ou mãe é aquele provedor do lar, e quem faz isso pra toda e qualquer gestão seja municipal, estadual ou federal , somos todos nós que pagamos os impostos e sonhamos que sejam bem aplicados.
*Werley Silva Peres é médico, ex-secretário de Saúde em Cuiabá.
*Os artigos são de responsabilidade seus autores e não representam a opinião do Mídia Hoje.
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