Durante a minha vida pública de quarenta anos exercendo cargos públicos federais e estaduais importântes, mais ouvia que perguntava.
Nos sessenta e quatro anos de medicina, mais perguntava que ouvia.
Tenho muitas coisas a descobrir.
O médico é obrigado a muito perguntar para se aproximar de uma hipótese diagnóstica quando o paciente, às vezes se expressa na consulta com uma ou duas palavras — dor, ou dor de cabeça.
Nesse período de funcionário público, tive contato com muita gente, e mais ouvia que perguntava.
Lembro-me de um médico que convidei para lecionar na nossa universidade.
Após muito relutar ele aceitou ser professor de Saúde Coletiva, hoje aposentado.
Perdemos o contato.
Quando deixei a reitoria em 1982, voltei a cidade universitária no Coxipó da Ponte por duas ou três vezes em solenidades em que era homenageado.
Não tive nenhuma interferência nas administrações que me sucederam.
Escolhi o hospital universitário Júlio Muller para lecionar a disciplina ginecologia e obstetrícia, até a minha aposentadoria por tempo de serviço.
Pois é! Tinha um colega herói de guerra e não sabia, por falta de perguntar.
Retornei ao consultório e implantei o curso de medicina na primeira universidade particular de Mato Grosso (UNIC), sendo seu 1º Diretor.
Há seis anos estou em casa, lendo e escrevendo.
Consegui o whatsapp do colega de Saúde Coletiva.
Tenho enviado as minhas crônicas, e ele sempre comenta.
Dia desses perguntei qual a sua especialidade, pois não me lembrava mais.
Ele cordialmente me respondeu e acrescentou.
‘Quando no exército brasileiro em 1965, fui membro da Força Internacional da Paz na OEA.
Lutei na Guerra Civil na República Dominicana em Santo Domingo, como soldado, onde fiquei por dois anos, até vencer a Guerrilha treinada por Cuba, que queria implantar o comunismo como forma de governo.
Os Estados Unidos da América do Norte intervieram fortemente, e convocou tropas militares da Organização dos Estados Americanos (OEA) ’.
Retornou ao Brasil e cursou Medicina no seu Estado natal.
Atraído pela universidade veio para Cuiabá.
Pois é!
Tinha um colega herói de guerra e não sabia, por falta de perguntar.
Ele ainda me disse que eu o convidei para dar aula na UFMT, e deixar o seu currículo para reconhecer o Curso de Enfermagem, em 1975.
Também ministrou aulas no Curso de Saneamento Ambiental, no extinto Centro de Tecnólogos.
Perguntar muitas vezes é importante.
*Gabriel Novis Neves
https://bar-do-bugre.blogspot.com/2024/11/perguntar-e-preciso.html
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