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Várzea Grande uma cidade com mais de 300 mil habitantes, portanto não é mais uma cidade de porte tão pequena, porém mantendo ainda característica provinciana, com costumes e hábitos mantidos com a perpetuação de um mesmo grupo político no poder. Quando houve a alternância na gestão, ainda que oriundo do mesmo grupo de poder, quando assumiram reproduziram as mesmas práticas, trazendo prejuízos para a construção democrática.
A candidata Flavia Moretti se apresentou para a sociedade com a proposta de romper com a velha política e com a promessa de mudança e renovação. A nova líder que para conseguir governar efetivamente teve que buscar alianças. Isso pode ocorrer por várias razões, como a necessidade de apoio legislativo para aprovar projetos, a busca por estabilidade política ou a pressão de grupos de interesses.
No caso da prefeita eleita de Várzea Grande, essa união pode ser vista de diferentes maneiras. Por um lado, pode ser interpretada como uma traição aos princípios de mudança que a levaram ao cargo, frustrando eleitores que esperavam uma ruptura com práticas políticas tradicionais. Por outro, essa aliança pode ser vista como uma estratégia pragmática para implementar políticas e atender às necessidades da população.
Ainda é tempo muito curto para uma avaliação da atual gestão.
Em suma, a falta de diversidade política e a continuidade de práticas semelhantes podem comprometer a saúde da democracia em Várzea Grande
No entanto, na educação podemos notar algumas práticas e ideias que revelam a perpetuação de práticas clientelistas, como manutenção de cargos políticos onde deveria ser cargo conforme a formação e o projeto da Política educacional, (ainda não conhecida); manutenção de cargos de chefia pedagógica sem avaliar os programas e os resultados das mesmas; manutenção de chefias da gestão passada que não foram avaliadas pelo conjuntos dos trabalhadores da educação; manutenção do grupo do passado que ajudou colocar a educação municipal em situação sofrível. Portanto sem perspectiva de melhorias.
A única inovação, implantada, é cópia do modelo do Estado, que é trágica para a comunidade escolar que introduz agrupamentos parentais, trazendo consequências negativas para a gestão escolar. Ter diretores, coordenadores e secretario escolar, que não seja de confiança da comunidade escolar, fere o princípio democrático, e o projeto pedagógico de representatividade significativa e rompe com o compromisso da então candidata a prefeita, de construir uma gestão democrática no ambiente escolar.
A gestão anterior foi marcada por denúncias de assédio moral no ambiente de trabalho, por empreguismos parentais (de forma cruzada) e não apurou.
Além de desestimular a participação da comunidade escolar a participar ativamente para a melhoria do ensino aprendizagem e da gestão escolar, ainda pode desenvolver a crença que uma cultura de impunidade, onde práticas corruptas ou antiéticas são toleradas.
Na nossa percepção, práticas clientelistas e de patronagem, onde a política se torna uma troca de favores em vez de um espaço para a discussão de interesses coletivos pode enfraquecer a ética política e a confiança nas instituições.
Muitas pessoas da educação votaram na atual gestão. O que pensam atualmente – ampliou a confiança na secretaria municipal de educação?
Em suma, a falta de diversidade política e a continuidade de práticas semelhantes podem comprometer a saúde da democracia em Várzea Grande, reduzindo a eficácia do governo e o engajamento da sociedade civil.
É fundamental que haja um espaço para novas vozes e ideias, promovendo uma verdadeira alternância e uma cultura de participação e responsabilidade democrática.
*Maria Aparecida Cortez é Técnica Administrativa Educacional, licenciada em Pedagogia e Especialista em Educação.
*Os artigos são de responsabilidade seus autores e não representam a opinião do Mídia Hoje.
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