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opinião Quarta-feira, 06 de Novembro de 2024, 08:10 - A | A

Quarta-feira, 06 de Novembro de 2024, 08h:10 - A | A

BAR DO BUGRE

MINHAS TRÊS QUEDAS

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 
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Após os 85 anos tive três quedas — a mais importante no banheiro.

 

Senti que iria cair e não possuía forças para me sustentar em pé.

 

Consciente, escolhi a porta de entrada do banheiro para desabar, batendo fortemente a região occipital no chão.

 

Não houve ferida aberta, apenas um enorme hematoma, ‘chamado de galo’, e escoriações generalizadas.

 

Fui colocado na cama pelas cuidadoras e fiquei em observação, temendo o hematoma cerebral.

 

Compressas de gelo no primeiro dia e de calor depois.

 

Fiquei roxo durante trinta dias, especialmente no rosto e membros superiores.

 

Graças a Deus me safei sem sequelas desse acidente doméstico.

 

Um ano depois, ao me levantar da cama, caí abruptamente batendo a cabeça nas maçanetas das gavetas da minha mesinha do quarto, quebrando com o occipital uma delas e entortando a outra.

 

Chamei por socorro para alcançar o colchão da cama do meu dormitório.

 

Não houve ferida, apenas escoriações pelo corpo e o ‘galo’ occipital.

 

Este ano eu consegui cair no espaço entre a minha cama e a mesinha ao lada da cabeceira.

 

Nos três casos não houve necessidade de exames de imagens.

 

Daí para frente, só levanto da cama com o apoio de um ‘braço amigo’.

 

A campainha de mão passou a ser a minha companheira inseparável.

 

Tomo banho de chuveiro sentado na cadeira, e não faço mais a barba de pé em frente ao espelho do banheiro.

 

Sou portador de disautonomia, uma doença que afeta o sistema nervoso autônomo, responsável por comandar ações automáticas, sem que haja interferência do paciente.

 

Um dos sinais mais frequentes da disautonomia é a dificuldade em ficar de pé por muito tempo devido à ocorrência da tontura, hipotensão e queda.

 

É uma doença que não mata e não tem cura.

 

O melhor remédio é sempre ter um ‘braço amigo’ para me levantar e caminhar.

 

Essa é a razão que não saio mais de casa, a não ser para ir ao médico e dentista.

 

Muitos estranham a minha ausência nesses eventos festivos, e o motivo é a disautonomia.

 

Procuro ser o mais cuidadoso possível para evitar outras quedas, uma das três causas mais frequentes de óbitos em idosos.

 

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*Gabriel Novis Neves

 

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com/2024/11/minhas-tres-quedas.html

 

 

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