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opinião Segunda-feira, 19 de Outubro de 2020, 16:15 - A | A

Segunda-feira, 19 de Outubro de 2020, 16h:15 - A | A

OPINIÃO

Dia da poeta e do poeta

*GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO

Reprodução

MMM

 

É comemorado no dia 20 de outubro o dia da poeta e do poeta. Quando pequeninos e pequeninas aprendemos nos ensinos escolares sobre masculino e feminino.

Pois bem. Poeta, naquela época, seria o gênero masculino, sendo poetisa o feminino. Com o passar do tempo, a linguagem mostra muito mais e de forma efetiva sobre o enfrentamento, especialmente sobre a condição humana (diferente de natureza humana) das mulheres.

O termo poeta muito bem representa tanto as mulheres quanto os homens. Inclusive, o artigo definido ‘a’ ao final da palavra mostra ser palavra feminina. Então, qual o motivo da flexão? A palavra ‘poeta’ pode, perfeitamente, ser reconhecida como substantivo comum de dois gêneros. E assim deve ser.

Segundo a leitura feminista, poetisa demonstrou ser pejorativo, com carga semântica a diminuir a literatura produzida por elas, já que o sufixo ‘isa’ oferta conotação de diminutivo.

Quanto à forma gramatical de uso das palavras, as duas formas se encontram corretas, segundo a insistência vernácula. Mas o que diz a palavra, sua extensão e conteúdo, ‘carga’ a impregnar, fácil perceber que se deve afastar de um ainda presente e inapropriado viés patriarcal, portanto, do tempo da existência de uma autoridade  autocrática. Longe disso já nos encontramos.

A par disso, nestes 20 de outubro, comemora-se o dia do e da poeta. Como viver sem poesia? Como estar ‘aquecido’ sem os versos de Dom Aquino Correa, Barnabé de Mesquita, Rubens de Mendonça, Manoel de Barros, Maria de Arruda Müller, Silva Freire, Lucinda Persona, Luciene Carvalho, Aclyse Mattos, Lorenzo Falcão, Cristina Campos, Isaac Ramos, Eduardo Mahon, João Bosquo Cartola, Fábio Guimarães, Airton Reis, Sueli Batista, Marli Walker, Marta Cocco, Divanize Carboniere, Ryane Leão, e tantos outros e outras (só citando os do Estado)?

De Lucinda para o mundo: ‘Mais uma vez escrevo/o que não tem sentido:/interessante foi a atenção/que me prestaram/aqueles Pombos em Veneza/desenho animado/em torno de meu corpo/como se fossem pombos mesmo/(e não pombos)/e eu talvez/como se verá sempre/uma existência entregue/a um programa de inércia/mas não como se fosse torre//Aonde quer que eu vá/me levo como sou’ (Aqueles pombos).

Agora, aquecidos, logramos descansar: ‘Nada é tão mãe/(depois da mãe)/do que a sombra da mangueira’ (Èdipo Preguiçoso, Aclyse Mattos).

Neste mundo de boas vindas, termino aqui a lembrar de quantas viagens sem partidas! Apenas lendo, nas linhas, toda a vida; de nascimento e cria, pra ida já sem mais bilhete, apenas ilusão de quem foi emoção, por dias.

É por aí...

*GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO tem formação em Filosofia e Direito pela UFMT, autor da página Bedelho.Filosófico no Face, Insta, Twitter e YouTube, e escreve aos domingos em A Gazeta.

 

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