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opinião Quarta-feira, 12 de Junho de 2024, 07:10 - A | A

Quarta-feira, 12 de Junho de 2024, 07h:10 - A | A

BAR DO BUGRE

DESCOBERTA

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 
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Descobri por acaso que meus leitores gostam que eu escreva sobre coisas antigas de Cuiabá, e use palavras em desuso como ‘espeloteado’.

 

Claro que são os da minha faixa etária, que me dizem ‘matar saudades’!

 

Sempre procuro enxertar nos textos o nosso linguajar cuiabano, de uma beleza única.

 

Conheci na universidade um professor de estatística e craque em comunicação, o saudoso Wiliam Gomes.

 

Ele tinha, inclusive, impresso o ‘dicionário do linguajar cuiabano’, de sua autoria.

 

Esse dicionário é uma raridade, e perdi o meu na minha última mudança.

 

Se há algo que o idoso tem é saudade do nosso linguajar. Hoje temos uma mistura do italiano-paulistano, do agricultor dos estados do Sul com a gente da cidade e o matuto de Minas Gerais, uai!

 

O poeta concretista-visual Wladimir Dias Pinho me disse certa ocasião: ‘três mudanças correspondiam a um incêndio’.

 

Depois que retornei à minha terra natal para o exercício da minha profissão, com mulher e filho preste a nascer, morei numa casinha na rua Floriano Peixoto.

 

Com três filhos mudei para uma casa maior na Marechal Deodoro, depois para casa própria na Major Gama, na subida do morro do Tambor, no Porto.

 

Finalmente para o espigão do bairro Popular, minha última e definitiva residência.

 

Foi exatamente na terceira mudança que perdi grande parte do acervo da história de Mato Grosso e pessoal.

 

Gostaria de receber do meu amigo e leitor William Gomes Filho, um dicionário do ‘linguajar cuiabano’.

 

Quando na reitoria da UFMT, o Departamento de Letras fez uma pesquisa sobre o hábito cuiabano de falar.

 

Concluíram que esse jeito lento e arrastado de pronunciar as palavras, era para respirar e oxigenar os pulmões deste terrível sufoco do nosso clima.

 

O linguajar cuiabano dá as dimensões das distâncias, e outras tantas informações sobre ‘bom’, ‘ruim’, sendo lá nas ‘grimpas’ sinônimo de altura e muita gente reunida: ‘à ufa’!

 

Vôte é uma expressão ainda muito usada nos nossos dias e significa ‘repugnância’.

 

Se há algo que o idoso tem é saudade do nosso linguajar.

 

Hoje temos uma mistura do italiano-paulistano, do agricultor dos estados do Sul com a gente da cidade e o matuto de Minas Gerais, uai!

 

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Gabriel Novis Neves

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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