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opinião Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024, 08:55 - A | A

Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024, 08h:55 - A | A

OPINIÃO

A INDUSTRIALIZAÇÃO EM MARCHA

*VIVALDO LOPES

 

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Na semana passada, três fatos relevantes divulgados pelo noticiário econômico nacional chamam a atenção por beneficiarem diretamente a economia de Mato Grosso.

 

O primeiro fato relevante foi divulgado pela empresa Icofort Agroindustrial S/A. A empresa cearense vai inaugurar, no próximo dia 29 de novembro, na cidade de Nova Mutum (MT), a maior fábrica de óleo refinado de caroço de algodão do país. Para a construção da planta industrial foram investidos R$ 270 milhões e vai gerar 800 novos empregos diretos e indiretos. 

 

A indústria vai processar 216 mil toneladas/ano de caroço de algodão e produzir 108 mil toneladas por ano de óleo refinado para alimentação humana. Em funcionamento, a refinadora vai impactar positivamente toda a cadeia agropecuária da região que vai do aumento da produção de algodão, fertilizantes, reflorestamento, armazenamento, transportes e outros setores do comércio e serviços.

 

Executivos da empresa afirmam que o fato de Mato Grosso ser o maior produtor de algodão do país e o objetivo estratégico da empresa em ser a maior industrializadora de óleo refinado de algodão da América Latina foram os principais fatores que impulsionaram a decisão estratégica de instalar a planta industrial no estado.

 

Outra informação de alto impacto para a economia estadual aparece no Plano de Negócios anunciado pela Petrobras para o período 2025-2029. A maior empresa brasileira planeja investir U$ 111 bilhões até 2029. O Planejamento Estratégico, anunciado na semana passada pela presidente da companhia, Magda Chambriard, estabelece o objetivo da empresa se tornar uma das empresas-líderes do país em produção de etanol.

 

A companhia dá mais um passo na transição de combustível fóssil para combustíveis renováveis. Ao mesmo tempo, previne-se para não ficar de fora do mercado de etanol, que cresce de forma acelerada nos últimos dez anos e é o principal concorrente da gasolina. O plano prevê investimentos de U$ 2,2 bilhões para construção de fábricas de etanol, sem definir suas localizações.

 

Os investimentos das duas companhias confirmam a atratividade comercial e mercadológica da economia estadual e indicam que está em marcha acelerada a tão esperada industrialização de Mato Grosso.

 

A liderança da Petrobras informa que, para compensar o atraso da empresa nesse segmento, vai entrar forte no mercado de etanol por meio de capital próprio, parcerias com novos investidores e joint-ventures com grandes empresas que já operam no mercado de biocombustíveis. A decisão beneficia diretamente a economia de Mato Grosso, estado que é líder nacional em produção de etanol de milho.

 

Por conseguinte, a lógica econômica e empresarial indica que a Petrobras deve construir aqui fábricas de etanol de milho para atingir o objetivo estratégico de assumir a liderança nacional na produção de etanol. A decisão, naturalmente, vai aumentar geometricamente a já crescente produção de milho e acelerar a agroindustrialização no estado.

 

Todavia, é necessária ação imediata dos líderes políticos e empresariais matogrossenses para pactuar com a direção da Petrobras a alocação de capitas aqui no estado e iniciar o longo processo de implantação das fábricas de etanol de milho.

 

A maior vantagem competitiva local é a grande oferta da matéria prima (milho) e a boa infraestrutura rodoviária e ferroviária já existente para levar o bioproduto até os mercados consumidores nacionais e internacionais.

 

A mesma Petrobras anunciou que vai fazer os investimentos que faltam para colocar em funcionamento a indústria de fertilizantes nitrogenados na cidade de Três Lagoas, no vizinho estado de Mato Grosso do Sul. A fábrica utiliza gás natural que vem da Bolívia, principal insumo para produção de nitrogenados. As obras da unidade tiveram início em 2011 e estão paralisadas desde 2014. A petroleira vai investir R$ 3,5 bilhões para finalizar a planta, que produzirá uréia e amônia, insumos nitrogenados mais utilizados pela cadeia agropecuária de Mato Grosso.

 

Assim, mesmo a fábrica sendo instalada no estado vizinho, beneficiará toda a cadeia agropecuária de Mato Grosso, que terá fertilizantes mais próximos e mais baratos.

 

Os investimentos das duas companhias confirmam a atratividade comercial e mercadológica da economia estadual e indicam que está em marcha acelerada a tão esperada industrialização de Mato Grosso.

 

*Vivaldo Lopes é economista.

 

 

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