Leniel Borel de Almeida, pai do menino Henry Borel, de 4 anos, morto em março deste ano no apartamento onde morava com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, vereador Dr. Jairinho, foi às redes sociais neste sábado denunciar um perfil fake no Instagram que usa o seu nome e a sua foto para pedir doações e vender quadros com a imagem do menino. A página tem 20,9 mil seguidores, enquanto a original, do pai de Henry, tem mais de 490 mil.
"Lamentavelmente há um perfil fake cometendo condutas desrespeitosas e criminosas. Sem nenhum envolvimento da minha parte, esse perfil está anunciando a venda de quadros com a imagem do Henry, além de pedir doações. Por favor, não contribuam!!! Peço ajuda de todos para denunciar", escreveu Leniel esta tarde.
Impostor já fez até live, diz pai de Henry
Ao GLOBO, Leniel comentou sobre a triste surpresa ao descobrir o perfil falso com seu nome e foto que vinha usando a empatia das pessoas para tentar arrecadar dinheiro. Ele disse que chegou a entrar em contato com o responsável pela página, para pedir que ele a desativasse ou mudasse de figura, mas não foi atendido.
— Eu fui surpreendido por esse perfil fake que estava se passando por mim, chamado Leniel Borel Oficial, do qual eu não tenho nenhum envolvimento. Na hora eu entrei em contato com essa pessoa, pedi para ela bloquear, apagar esse perfil ou mudar, porque eu não compactuava com aquilo. Ele disse que iria destivar, mudar o foco, mas não o fez. E, desde então, ele faz ações que não tenho nenhuma participação: já fez live, já fez postagens falando que eu estava próximo, mas em nenhum momento tive contato com essa pessoa, nem a conheço — disse. — Ele está só aumentando a prática criminosa, começando pela identidade falsa, porque se passa por mim, ao ponto agora de estar pedindo dinheiro, fazendo vaquinha, como estelionatário, e dizendo que vai vender quadros com a imagem do meu filho, que seriam assinados por mim, pedindo doações falando em meu nome, pedindo dinheiro até a pessoas públicas.
Perfil excluído pelo Instagram da rede social
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Facebook, responsável pelo Instagram, para saber o motivo pelo qual o perfil falso, denunciado por Leniel, ainda não havia sido desativado. No início da noite, a empresa respondeu, notificando a exclusão da página fake. Em nota, o Instagram reforçou a importância de denunciar casos como esse.
“Fingir ser outra pessoa viola as Diretrizes da Comunidade do Instagram. A conta não está mais ativa. Encorajamos as pessoas a denunciarem quaisquer contas ou atividades suspeitas no Instagram por meio das nossas ferramentas de denúncia", disse em nota um porta-voz do Facebook.
Venda de quadros, vaquinha, foto, nome e descrição de Leniel
No perfil, o fraudador chega a se apresentar como "Pai do Henry Borel (In Memorian)". Após o post feito por Leniel, ele não mudou as descrições — assim como o nome de Leniel e a foto dele com o filho —, mas fez um story definindo-se como "Perfil de apoio". Em seguida, fechou o perfil apenas para seguidores.
"Quem quiser adquirir um quadro com a foto do Henry Borel, o quadro vai assinado por mim e chega por via Sedex, a procura está muito grande, obrigado a todos que estão comprando", escreveu num post feito nesta sexta-feira (25), que teve os comentários bloqueados.
Caso Henry Borel
Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março, ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Segundo o pai do garoto, ele e o filho passaram o fim de semana juntos e, por volta das 19h do dia 7, o engenheiro o levou de volta para a casa da mãe do menino, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida. Ela morava com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Jairinho e Monique foram denunciados pelo Ministério Público por tortura e homicídio duplamente qualificado com emprego de tortura pela morte da criança. O casal alegou acidente doméstico, mas o laudo da perícia apontou 23 lesões por agressão.
Durante as investigações, a Polícia Civil concluiu que Jairinho submetia Henry a sessões de tortura e, mesmo tendo conhecimento das violências praticadas pelo namorado contra o filho, Monique não tomou nenhuma atitude.
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