(Foto: Agência Brasil)

Silas Malafaia minimizou importância de pastores acusados de praticar lobby no Ministério da Educação.
Principal interlocutor do presidente Jair Bolsonaro no segmento evangélico, o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou hoje que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, tem a obrigação de prestar contas sobre as suspeitas de lobby na pasta envolvendo dois pastores.
Desde a posse de Ribeiro no MEC em 2020, Malafaia apresenta discordâncias com o ministro, que é presbiteriano. A escolha do nome para a pasta, embora atendendo ao segmento evangélico, não havia passado pelo endosso de Malafaia há dois anos.
Ribeiro foi indicado para o ministério pelo ex-AGU e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, enquanto a bancada evangélica queria o reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Anderson Corrêa.
- Não basta parecer honesto, é preciso provar que é honesto. O ministro tem obrigação de prestar contas para a sociedade com a máxima transparência senão coloca todos os pastores no mesmo saco de denúncias. Não queremos ter pecha de corrupção.
Malafaia diz que os dois pastores suspeitos de lobby no MEC (Gilmar Santos e Arilton Moura) não têm relevância no segmento evangélico e que nunca tiveram qualquer relação com lideranças.
- Eles não têm relevância nem no estado de Goiás, de onde são. Os maiores nomes de lá são o Bispo Oídes José do Carmo e os Apóstolos Silomar Silveira e Cesar Augusto. O Gilmar é conhecido apenas como conferencista. O outro nunca ouvi falar.
Outras lideranças reforçam cobrança
A cobrança de evangélicos a Bolsonaro, pelas suspeitas no ministério de Ribeiro, vieram também de representantes da Frente Parlamentar Evangélica, incomodados com a questão.
O presidente da bancada, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), deu um ultimato a Ribeiro para que se explique em 24 horas. Ele também convocou uma reunião com os deputados do grupo para discutir um possível pedido público de exoneração do ministro.
O encontro pode solidificar uma oposição que sempre existiu em relação a Milton Ribeiro. O ministro, pastor da Igreja Presbiteriana em Santos (SP), também não teve o aval da Frente Parlamentar Evangélica, que tinha outros indicados para o cargo.
A equipe de Ribeiro, por sua vez, avalia como debelar a crise. O ministro da Educação divulgou, na tarde de terça, nota em que nega que o presidente Jair Bolsonaro tenha pedido atendimento preferencial a prefeituras apadrinhadas por pastores. Ele também afirmou que todas as solicitações feitas à pasta são encaminhadas para avaliação da área técnica.
As suspeitas são de que uma dupla de pastores atua no Ministério da Educação, facilitando agendas para pessoas de fora do governo e participando da liberação de verbas para prefeitos. Santos e Moura aparecem frequentemente em agendas internas do ministro e eventos externos.
As lideranças religiosas que formam a base de sustentação do governo se ressentem de não ter todo esse trânsito na administração Bolsonaro. Questionam quem são Santos e Moura e criticam a atuação dos pastores, que não têm cargo nem representação pública, nas entranhas do MEC.
Confira repercussão do caso na mídia:
Notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP
Siga a pagina do MÍDIA HOJE no facebook:(CLIQUE AQUI)