A jovem que matou a amiga Isabele Guimarães Rosa, em 2020, com um tiro no rosto em um condomínio de luxo, em Cuiabá, foi expulsa agora do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, localizada em Campinas, no interior de São Paulo. A informação foi divulgada pela coluna True Crime, do jornal O Globo, e confirmada pelo Metrópoles.
A decisão de expulsar a jovem foi tomada depois que a unidade de ensino recebeu uma denúncia feita ao Comitê de Compliance. Segundo a São Leopoldo Mandic, foi realizada uma investigação que constatou que a presença da aluna “gerou um clima interno de grande instabilidade do ambiente acadêmico”.
A jovem expulsa ainda poderá recorrer da decisão.
De acordo com a True Crime, uma aluna do 5º ano de medicina, moradora de Cuiabá, espalhou pela faculdade que a estudante tinha sido condenada por homicídio. Depois disso, a jovem teria passado a ser rejeitada pelos colegas de turma.
Ela teria dito aos pais, segundo a True Crime, que a decisão de cursar Medicina ocorreu 'justamente por se tratar de um sonho de Isabele, que havia perdido o pai neurocirurgião pouco antes de morrer pelas mãos da melhor amiga".
Relembre o caso
Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, foi morta pela melhor amiga em 12 de julho de 2020, em uma casa em um condomínio de luxo, em Cuiabá. Ela levou um tiro no rosto. As duas tinham a mesma idade na época.
Na época, a jovem responsável pelo disparo praticava tiro esportivo junto com os irmãos e os pais.
Polícia Civil indiciou a jovem por ato infracional análogo a homicídio doloso em 2 de setembro do mesmo ano. Ela ficou cerca de 18 meses detida em uma unidade para menores infratores.
Em 2022, após recurso, a tipificação do crime foi alterada para ato análogo a homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, o que permitiu que ela respondesse pela morte em liberdade.
Como a atiradora era menor de idade na época, a divulgação de sua identidade é vedada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic custa em torno de R$ 13 mil mensais.
Confira a nota completa da Faculdade São Leopoldo Mandic:
Em relação ao caso da aluna ingressante no curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, a Instituição tomou conhecimento do fato a partir de uma denúncia feita ao Comitê de Compliance.
Foi feita uma apuração e constatado que a presença da aluna gerou um clima interno de grande instabilidade do ambiente acadêmico.
Com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), a Faculdade São Leopoldo Mandic decidiu pelo desligamento da aluna, assegurando a ela a apresentação de recurso, em atendimento aos princípios do contraditório e ampla defesa.
A Faculdade tem como nortes a estabilidade de sua comunidade, a dignidade acadêmica e o respeito aos princípios éticos que regem o ensino superior, para o que se faz necessário afastar riscos à reputação e imagem da Instituição, construída ao longo dos últimos 30 (trinta) anos.
*Via Terra
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