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Alicia Muller, de 25 anos, é suspeita de aplicar golpes em sua turma de medicina e em uma lotérica de SP
A aluna da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), suspeita de ter desviado quase R$ 1 milhão arrecadados para a formatura da turma, ganhou cinco vezes em loteria no ano passado. De acordo com a delegada Kátia Martins, que investiga o golpe aplicado pela jovem em uma lotérica na Vila Mariana, na Zona Sul São Paulo, a suspeita é de que as apostas foram feitas após Alícia Muller transferir, no fim de 2021, os cerca de R$ 927 mil pertencentes aos alunos para sua conta pessoal.
Ao EXTRA, Kátia informou que a estudante faturou cerca de R$ 300 mil em premiações da Lotofácil depois de realizar dezenas de jogos de alto valor entre abril e julho de 2022.
— O caso começou a ser investigado ano passado, quando ainda não se sabia do golpe de formatura. Nos próximos dias ouviremos pessoas da comissão para analisar a ordem cronológica dos fatos e comprovar se o dinheiro usado nas apostas era dos alunos de medicina. A jovem ainda não foi ouvida para não dar a ela subsídios de, talvez, fugir com as provas. Mas será em breve — explica a delegada da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo Do Campo, onde o caso foi registrado.
Um inquérito foi aberto em julho, a fim de investigar a suspeita, que "teria deixado um prejuízo de R$192.908,47, após ter feito o agendamento do valor via Pix, sem pagar efetivamente pelas apostas que realizou", segundo nota encaminhada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Na ocasião, a estudante teria solicitado R$ 891,5 mil em apostas. Ao ser questionada pela gerente da lotérica sobre o pagamento, a suspeita disse que havia realizado um agendamento. Para tentar enganar, Alícia, então, teria realizado uma transferência muito inferior, no valor de R$ 891,53, na tentativa de fazer com que os funcionários da lotérica pensassem que seria o valor total de R$ 891,5 mil.
Após breve discussão, a suspeita saiu da lotérica com cinco apostas de R$ 38,7 mil cada, totalizando R$ 193,8 mil
Segundo um depoimento presente no documento, de autoria de um representante da lotérica, todas as apostas feitas pela jovem superam o valor de R$ 461 mil. O caso é investigado como estelionato e lavagem de dinheiro.
Polícia investiga apropriação indébita
Agentes da Deic solicitaram a quebra de sigilo bancário de Alícia e, em paralelo, estão investigando o desvio de R$ 927 mil da festa de formatura da turma 106A da USP.
O caso do dinheiro da formatura é investigado, por sua vez, como apropriação indébita. Segundo colegas do curso de Medicina, a jovem disse ter transferido a quantia para uma conta sua. Posteriormente, aplicou cerca de R$ 800 mil do montante em um suposto esquema fraudulento da empresa 'Sentinel Bank''. Ao não conseguir reaver o dinheiro, usou o restante da soma para contratar advogados. Um boletim de ocorrência foi feito na última terça-feira.
"Escrevo para dizer que não temos dinheiro. Com toda dor, culpa e arrependimento que vocês podem imaginar. (...) Nosso dinheiro foi todo repassado para a Sentinel Bank, uma investidora que, no fim das contas, não se passava de um grande golpe e nunca mais retornou nem com o dinheiro investido, nem com os rendimentos", escreveu Alicia.
A reportagem procurou a Sentinel Bank, mas não obteve retorno.
Ao EXTRA, a mãe da estudante relatou que a jovem está reclusa e desmentiu boatos de que ela teria viajado aos Estados Unidos ou colocado silicone. Segundo a Cristina Muller, a filha contou a ela o mesmo relato de ter sido vítima de uma fraude e que pretende concluir o curso de medicina.
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