Os incêndios continuam castigando o Pantanal mato-grossense. "A coisa tá feia aqui. Pantanal ardendo em chamas", relata o fazendeiro Sandro Sebastião Gomes da Silva, em vídeos na internet. Proprietário da fazenda Exu, no município de Barão de Melgaço, próximo à reserva ecológica do Sesc Pantanal, o pantaneiro mostra imagens de cobras sucuris mortas.
"Tem um bicho aqui sofrendo, morreu com o fogo, incêndio no Pantanal. É uma pena, mas aqui em um espaço curto duas sucuris mortas. Triste. Que jeito que vai sobreviver. Uma pequena poça d`água ela vem aqui para se salvar..", informa, em um dos vídeos. Em outro, ele mostra mais uma sucuri morta e uma ponte queimada. "O homem não tem limites. A crueldade é bastante, a desinformação é bastante", lamenta.
Segundo oo Instituto Centro de Vida (ICV), entre janeiro e 17 de agosto foram destruídos 560 mil hectares do bioma. O município de Poconé, a 100 km de Cuiabá, é o que tem a maior área afetada por incêndios, com mais de 312 mil hectares atingidos, seguido de Barão de Melgaço e Cáceres. De acordo com o ICV, os três municípios pantaneiros respondem por 31% da área devastada pelo fogo no estado.
Ainda segundo o ICV, de 1º a 31 de agosto deste ano, o Pantanal registrou o segundo maior número de queimadas de sua história, desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Foram 5.935 focos de calor detectados. O ano com maior número foi 2005, com 5.993 registros no mês.
Além das sucuris mortas nos focos de incêndios, equipes que estão no Pantanal tentando conter o fogo através de uma força tarefa já resgataram antas, onças, aves, entre outros animais. Uma onça pintada com as quatro patas queimadas foi resgatada e está se recuperando em Cuiabá. Um Centro de Acolhimento de animais também chegou a ser montado na região. Todas medidas paliativas. O estrago na fauna e na flora pantaneiras é devastador.
As imagens do fogo e de animais mortos, feridos ou fugindo têm deixado o pantaneiro desolado.
O produtor Vicente Falcão, ex-secretário de Meio Ambiente do Estado, que possui propriedade rural no Pantanal, resumiu o sentimento em uma rede social. "Que tristeza. Somente o homem pantaneiro sabe e sente o quanto isso entristece seu coração por não poder ajudar mais", publicou.
Confira os vídeos do pantaneiro Sandro Sebastião Gomes da Silva:
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