O Senado demorou quase nove meses para instalar seu Conselho de Ética nesta legislatura, mas já tem cinco casos de atritos entre parlamentares para resolver. Em uma denúncia à comissão, o ex-senador Romero Jucá (MDB) pede punição a Telmário Mota (Pros-RR) por tê-lo chamado de ladrão. "Faço parte dessa comissão e vim ficar aqui, mas lamento que aqui na vaga de senadores esteja um lobista, ex-senador, cara envolvido em corrupção. Desse jeito é impossível ficar aqui, me retiro", disse Telmário, no início do setembro em sessão com Jucá.
Em seguida, Jucá disse que ele era um palhaço, e Telmário afirmou repetidas vezes que o outro era um "ladrão". Na representação contra Telmário, o advogado de Jucá lembra que o ofensor já foi condenado mais de uma vez em danos morais contra o ex-senador do MDB. Procurado, Telmário disse que não conhece o conteúdo da denúncia. "Isso é um balão. Quem me xingou na comissão primeiro foi ele. E também me xingou de ladrão. Vou entrar na Justiça comum contra ele."
Além desta pendenga entre Jucá e Telmário, a Comissão de Ética já tem outras quatro representações na fila. Em outro pedido no Conselho, o PSDB quer a punição do senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) por ter chamado o governador de São Paulo, João Doria, de "escória da escória", "metido a intelectual", "vazio", "inculto" e "chumbrega".
Kajuru também foi denunciado duas vezes por ofensas contra Vanderlan Cardoso (PP-GO) em seu programa nas redes sociais A voz do Senado e por ter chamado o colega senador de "vigarista", dizendo que Vanderlan recebia propina, em um texto no Facebook.
Em outro requerimento, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), representa contra Cid Gomes (PDT-CE) por ter dito que Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, é presa de um grupo liderado por Lira, que ele chama de "projeto do futuro Eduardo Cunha". "Eduardo Cunha original está preso, mas está solto o líder do PP que se chama Arthur Lira, que é um achador, uma pessoa que, em seu dia a dia, sua prática é toda voltada para a chantagem, para a criação de dificuldades para encontrar propostas de solução", disse o senador na tribuna, no início de outubro.E
E o responsável por descascar esses "abacaxis" é o senador Jayme Campos (DEM), eleito presidente do colegiado. Ele pode arquivar as representações por ofício caso entenda que elas não cumprem os requisitos básicos para serem deliberadas pelo conselho. Se decidir dar prosseguimento, ele designa um relator para o pedido, os envolvidos são ouvidos e, depois, o caso vai à votação.
Por um lado, Jayme ganha espaço porque muitos senadores passam a depender dele em futuras deliberações. Por outro lado, não deve ser nada confortável ter que "julgar" pares e, ainda por cima, envolvidos em discussões como: "ladrão", "vigarista", "escória da escória", "metido a intelectual", "vazio", "inculto" e "chumbrega". Jesus!
Com informações da revista Época.
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