Mulher constrói bunker de R$100 mil com o namorado para o "apocalipse"

No começo, Maria assume ter acreditado que seu parceiro estava “maluco”. “Não vou negar, eu pensei: ‘Ele realmente acha que vai acontecer algo agora? Mas eu vi a determinação dele em fazer o bunker, então quis ajudar. Não dava para deixá-lo sozinho, né?”, disse.

Foi literalmente com as próprias mãos que os dois iniciaram os trabalhos. “Minha mãe mesmo ficou muito preocupada com essa construção, porque no início a gente cavava na mão. Cavamos 4 metros de profundidade e depois entramos fazendo até 3 metros”.

O risco de desabamento também foi motivo de preocupação: “Depois deu tudo certo, porque tínhamos consciência do que estávamos fazendo”, garante a influenciadora. A jovem também revela que, diferente do que muitos de seus seguidores pensam, há um projeto do bunker.

“Contratamos um engenheiro. Mas, eles [os engenheiros] ficavam abismados. Ninguém espera esse tipo de estrutura no Brasil, muito menos na nossa região”, observa Maria. Para ela, o profissional topou embarcar na proposta também porque o casal estava empenhado em realizar o plano.

A catarinense afirma que a parte mais difícil foi levar o material até a obra, porque a estrutura não é próxima à casa principal da fazenda. “A gente realmente fez no meio da mata basicamente”, explica. Outro empecilho eram os dias chuvosos: “Aqui quando chove ou fica muito úmido, não tem como nossa caminhonete ir até lá. Não tem como trabalhar porque dá bastante lama. Então a chuva nos atrapalhou. De certo modo, atrasou muito a nossa obra.”

O objetivo do bunker é ser simples, assegura Maria Elizia. A estrutura ocupa uma área de 4,5 metros por 6,5 metros, com paredes com 20 centímetros de espessura, feitas de concreto e ferro. “Será somente o necessário, sem muito luxo, porque se for o caso [de ir para o bunker], vai ser sobrevivência. Vamos só ter armazenamento de alimentos e ferramentas importantes”.

Até o momento, grande parte da sustentação está feita. O objetivo é que ele esteja todo finalizado até abril. Para isso, a jovem prevê um gasto mínimo total de R$100 mil. “Tem todo o revestimento de dentro, os acabamentos, os pisos e os móveis ainda”, avalia.

Desde o princípio, todo o processo de construção foi gravado e compartilhado nas redes sociais de Maria. Seus vídeos deram tão certo que esse foi o pontapé para que ela se tornasse produtora de conteúdo em tempo integral. “A proposta não era ganhar dinheiro com isso. Foi realmente para compartilhar nossa ideia”, diz a jovem.

Mesmo sem a intenção, seu conteúdo começou a viralizar em redes sociais como o TikTok, na qual acumula mais de 72 mil seguidores e milhões de visualizações. A monetização dos vídeos passou a dar retorno, virando sua renda atual.

Nos registros, ela mostra a rotina da obra e curiosidades do bunker. “Quando nós trabalhávamos na construção, ficávamos basicamente o dia inteiro lá até escurecer. Eu aproveitava para fazer bastante conteúdo para agilizar. Chegava em casa, só tomava banho, às vezes nem comia e já editava o vídeo para atualizar a galera do que a gente tinha feito”, declara.

Dentre as pessoas que acessam os vídeos, alguns entendem a proposta do casal e até se motivam para construir um bunker também. Já outros acham que tudo isso é “perda de tempo e dinheiro”.

Quanto aos comentários desencorajadores, Maria admite não ter lidado bem no começo. “Eu achava que estavam me atacando, mas entendi que as pessoas falam o que têm no coração. Já me entristeci muito. Agora, se você não gosta ou não concorda, segue reto. Não precisa parar aqui nos meus vídeos”.

 *Via Marie Claire

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