O jornalista Marcos Koboldt, do site ACI Digital, ligado a igreja católica, publicou agora em março que a tendência de crescimento do termo "desigrejados", apontada pelo Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está preocupando o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Jaime Spengler, e o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).
O termo 'desigrejados' foi cunhado pelo próprio presidente da CNBB e indica quem, ao responder ao Censo, não se identifica como pertencente a alguma religião institucionalizada.
Dom Jaime, segundo o jornalista, tomou conhecimento dos números em uma reunião com representantes do IBGE durante um curso para os bispos, realizado no Rio de Janeiro (RJ) no início deste ano.
O IBGE diz que os dados consolidados oficiais sobre o perfil religioso da população brasileira devem ser apresentados até o início do segundo semestre.
Dom Jaime teria apurado que o Censo vai revelar uma estabilização da porcentagem de católicos no Brasil, em torno de 50%. Eles eram cerca de 90% da população até os anos 1960.
“Há estudos acadêmicos que apontam para uma espécie de migração frequente de uma denominação religiosa para outra até abandonar formas de pertença”, disse dom Jaime à ACI Digital.
Para ele, uma hipótese de explicação para isso poderia ser o fato de a pessoa “não encontrar respostas adequadas à própria busca humana e religiosa”. Dom Jaime diz que “o grande desafio da Igreja é o de transmitir a fé recebida dos apóstolos às novas gerações, a partir de uma linguagem adequada”.
“Estamos experimentando uma transformação cultural, tecnológica, social. Encontrar métodos, meios, linguagens adequadas para a transmissão do Evangelho de modo que corresponda às exigências do tempo presente requer abertura de mente e de coração, disposição para ler os sinais dos tempos, atitude de escuta e acolhida, capacidade de diálogo também com as diversas ciências – em especial com as ciências humanas, mas não só! Não existe uma resposta pronta aos desafios que se apresentam”, aponta Dom Jaime.
Faz sentido o que diz o presidente da CNBB. Mas não seria absurdo dizer que há outros ingredientes neste aumento de 'desigrejados'. Entre eles, a questão política. Por muitos anos a própria igreja católica esteve umbilicalmente ligada a grupos políticos de esquerda, no Brasil. Recentemente esta aproximação de evangélicos com grupos de direita também passou a ser uma realidade. Não vendo horizonte em nenhum dos dois lados envolvidos em política partidária, muitos acabaram optando por não frequentar igrejas.
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