O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), cobrou respeito ao povo de Mato Grosso e chamou a atenção ao número exorbitante de reclamações sobre a qualidade dos serviços prestados pela Concessionária de Serviços Públicos de Fornecimento de Energia Elétrica – Energisa-MT. As declarações de Botelho foram feitas nesta terça-feira (15), no Plenário das Deliberações da ALMT, durante audiência púbica requerida por ele que debateu o assunto com a participação do Procon MT, vereadores e segmentos do setor. “O povo de Mato Grosso não vai aceitar esse tipo de usurpação. Respeite o povo de Mato Grosso. Há insatisfação generalizada. Nesta audiência oportunizamos para fazer as explanações e levar as reclamações para que a concessionária entenda que precisa mudar”, afirmou Botelho.
A audiência pública serviu para medir o tom dos debates que irão nortear a chamada "CPI da Energisa", implantada na Assembleia com o apoio de 19 deputados. Ela será presidida pelo deputado Elizeu Nascimento (DC). Para Elizeu, os trabalhos servirão para averiguar o "descaso" da empresa com o consumidor. O deputado Thiago Silva (MDB) já propôs uma nova audiência pública, ai já com a CPI instalada, para o próximo dia 1º de novembro, em Rondonópolis. "Esse debate que iremos promover no município servirá para ouvir as reclamações da população sobre o serviço prestado", adiantou o deputado. A tendência é a de que a discussão se estenda para praticamente todos os pólos municipais.
A primeira defesa da empresa feita na audiência deste terça-feira por seu diretor-presidente, Riberto Barbanera, foi mal recebida pelos deputados. “Acho uma fala muito ruim do presidente. Acho que ele devia começar a respeitar o Parlamento e principalmente respeitar o povo de Mato Grosso", reagiu Botelho, criticando um comentário do diretor de que a Energisa, por ser uma concessão federal, está subordinada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A fala foi considerada "falta de respeito", pelo presidente, que assegurou que todas as deliberações da CPI serão encaminhadas à Aneel. "Então, ele já está começando errado em falar que a CPI não tem importância”, disse, irritado, o presidente da AL.
A superintendente do Procon de Mato Grosso, Gisela Simona, presente à audiência, chamou à atenção para a péssima qualidade dos serviços prestados pela concessionária. Ela destacou que o recebeu 5.787 reclamações sobre energia elétrica e mais 4.749 por cobranças indevidas ou abusivas em 2018. Já neste ano, até setembro foram registradas 4.828 reclamações sobre energia e mais 4.023 sobre cobranças indevidas ou abusivas. “Nosso apoio à CPI no sentido que busque alternativas que venham resolver questões do consumidor. Fica aqui nosso chamado para saber do consumidor o que está acontecendo em suas casas através do site oficial www.consumidor.gov.br e pelo email [email protected]”, conclamou Gisela.
Dillon Caporossi, presidente do Sindicato dos Urbanitários de Mato Grosso (Stiu-MT) foi direto. “A Energisa maquia os números. Fechou agência da Morada da Serra, da estrada de Santo Antônio de Leverger e outras para dificultar o acesso do povo. Para arrancar dinheiro da população de Mato Grosso. Arrancou call center e transferiu para Euzédio, no Ceará. Agora, temos informações que os empregados quando pegam ‘gato’ o cálculo era feito aqui, mas que serão transferidos não sabemos pra onde. Ora, retira emprego do nosso povo, manda pra outros estados. Não é possível uma empresa ter milhões de lucro e deixar pessoas sem energia por dias”, disse, Caporossi, ao acrescentar que a Energisa opera num ciclo vicioso.
Com o tom dos debates colocados à mesa, resta saber se ao final dos trabalhos da CPI o resultado será uma melhoria dos serviços prestados e mais transparência nas contas. Se acabar em balcão de negócios não confessáveis, a população pode mudar o foco e o endereço da cobrança.
Com informações da assessoria da AL.
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