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Vitrine do Conhecimento Segunda-feira, 06 de Maio de 2024, 16:00 - A | A

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VIDA EM MARTE?

Rover da NASA encontra intrigante sinal de possível vida passada em Marte

Redação

 

Crédito: Laboratório de Propulsão a Jato (JPL)/ NASA

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Um autorretrato do rover Curiosity em Marte.

 

Um artigo publicado na quarta-feira (1º) no periódico científico Journal of Geophysical Research: Planets descreve uma descoberta intrigante feita pelo rover Curiosity, da NASA, em Marte. Em rochas na cratera Gale, local de pouso do veículo explorador robótico, foi detectada uma quantidade surpreendente de óxido de manganês.

 

Esse é um mineral muito comum em lagos na Terra, que apresenta condições altamente oxidantes, fazendo com que cristais de manganês se formem na presença de oxigênio. Sua descoberta em Marte em grandes quantidades sugere que talvez condições semelhantes persistiram na cratera Gale, quando ela era cheia de água no passado.

 

 
 

“Na Terra, esses tipos de depósitos acontecem o tempo todo por causa do alto oxigênio em nossa atmosfera produzido pela vida fotossintética e por micróbios que ajudam a catalisar essas reações de oxidação de manganês”, explica em um comunicado o geoquímico Patrick Gasda, do Laboratório Nacional de Los Alamos – estabelecimento federal pertencente ao Departamento de Energia dos EUA, gerido pela Universidade da Califórnia.

 

 
Imagens capturadas pelo rover Curiosity, da NASA, mostram locais da cratera Gale que apresentam óxido de manganês. Crédito: NASA/Caltech-JPL/MSSS

 

Manganês em Marte é um mistério

 

Segundo Gasda, em Marte, não há evidências de vida, e o mecanismo para produzir oxigênio na atmosfera antiga do planeta não é claro, “então como o óxido de manganês foi formado e concentrado lá é realmente intrigante”. 

 

Comum e abundante na Terra, o óxido de manganês é um mineral essencial para vários processos biológicos humanos, mas praticamente toda a vida por aqui requer manganês por uma razão ou outra. Existem até mesmo bactérias que dependem dos estados de oxidação do manganês para obter energia, e sua presença pode acelerar o processo de oxidação.

 

Não há muito oxigênio na atmosfera de Marte agora, e certamente não encontramos evidências de bactérias vivas, por isso que é intrigante como o manganês passou a existir por lá em rochas sedimentares de depósitos costeiros em quantidades comparáveis a um ambiente semelhante à Terra.

 
 
Dendritos de óxido de manganês em uma rocha comum em lagos na Terra. Crédito: Upadim – Shutterstock

 

Gasda e seus colegas fizeram um estudo minucioso do manganês analisado pela ChemCam do rover Curiosity, que usa laser para vaporizar minerais e, em seguida, analisa a luz para determinar sua composição. 

 

Os pesquisadores exploraram diferentes mecanismos para a precipitação de manganês no lago da cratera Gale: precipitação da água do lago ou da água subterrânea através de areias porosas.

 

Todos os mecanismos exigem a presença de condições altamente oxidantes e, depois de analisar as opções, eles concluíram que o cenário mais provável teria sido a precipitação de óxidos de manganês ao longo de uma margem de lago na presença de uma atmosfera rica em oxigênio.

 
 

Segundo a equipe, esta é mais uma evidência de um ambiente de lago de vida longa e habitável na antiga cratera Gale, já que pode levar milhares de anos para que o óxido de manganês se forme, dependendo dos níveis de oxigênio.

 

De onde veio todo o oxigênio?

 

De onde veio esse oxigênio é outra questão que permanece sem resposta, embora seja possível que os impactos de meteoritos no início da história de Marte possam ter liberado o elemento dos depósitos de gelo da superfície.

 

A oxidação mediada por micróbios pode ter deixado bioassinaturas e orgânicos nas rochas portadoras de manganês. O rover Perseverance, também da NASA, que atualmente está explorando um ambiente de delta seco, poderia procurá-los em suas expedições, segundo os pesquisadores.

 

“O ambiente do lago Gale, como revelado por essas rochas antigas, nos dá uma janela para um ambiente habitável que parece surpreendentemente semelhante aos lugares da Terra hoje”, diz a cientista planetária Nina Lanza, do Laboratório Nacional de Los Alamos.

 

*Olhar Digital

 

 

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