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Os apresentadores Roberto Justus e Celso Portiolli, ambos estão enfrentando o câncer de bexiga
O empresário Roberto Justus usou suas redes sociais para informar que que passará por sessões de quimioterapia preventiva após descobrir um câncer de bexiga. Aos 67 anos, o apresentador que sempre teve uma vida saudável, e tem orgulho em dizer que nunca fumou ou usou álcool, contou que descobriu a doença durante um exame de rotina e que foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um cisto.
— Durante um check-up que faço rigorosamente em dia, todos os anos, eu descobri um divertículo em cima da bexiga, pra quem quer entender melhor, talvez um cisto, que tinha uma coisa sólida dentro. Operamos, abrimos e descobrimos que era mesmo um tumor maligno. Então eu tinha um câncer de bexiga invasivo, só que foi tirado em tempo. Quando trata o assunto precocemente, o câncer não é uma sentença de morte pra ninguém — afirmou.
E ele não foi o único, o apresentador Celso Portiolli, 55 anos, também usou as redes sociais para falar que precisou ser internado no último final de semana por conta de uma inflamação na bexiga, em meio ao tratamento de um câncer no órgão.
O apresentador do SBT, que foi diagnosticado com a doença no final do ano passado, explicou que faz imunoterapia e, atualmente, está na fase de receber as aplicações do Imuno BCG — uma das principais etapas no rol de terapias deste tipo de tumor. Apesar de ter tido uma boa resposta ao tratamento, ele precisou ser internado para receber cuidados médicos específicos.
Câncer de bexiga
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 10.640 novos casos de câncer de bexiga (7.590 em homens e 3.050 em mulheres). O câncer de bexiga ocorre principalmente em pessoas mais velhas, cerca de 90% dos pacientes com esse tipo de câncer têm idade superior a 55 anos, sendo a média no momento do diagnóstico de 73 anos. De forma geral, a chance dos homens terem câncer de bexiga é de cerca de 1 em 27, enquanto para as mulheres é de cerca de 1 em 89.
Sinais e sintomas
O que tem de ser observado de primeiro é a urina quando o assunto é câncer de bexiga. Sendo o sangue o primeiro sintoma. Não existe uma quantidade de sangue suficiente para alterar a cor da urina, e também pode estar presente em um dia, mas ausente no outro. No caso do diagnóstico positivo, nos estágios iniciais, causam pouco sangramento, e pouca ou nenhuma dor.
A cor da urina pode ser um pouco mais alaranjada, ou um amarelo mais escuro. Pequenas quantidades de sangue podem ser encontradas no exame de urina realizado por outros sintomas ou como parte de um exame médico de rotina.
Outros sintomas relacionados com a urina que pode ser um sinal de alerta são pequenas mudanças nos hábitos, como por exemplo, urinar com frequência maior que o habitual, sensação de dor ou queimação, urgência em urinar mesmo quando a bexiga não está cheia e um fluxo urinário mais fraco que o normal.
Esses sintomas também podem ser causados por uma doença benigna, como infecções, tumores benignos, cálculos na bexiga, bexiga hiperativa ou por aumento de tamanho da próstata, por isso, é importante procurar um médico nos primeiros sintomas, para que a causa seja diagnosticada e tratada, se necessário.
Forma avançada da doença
Em casos mais graves, os sintomas podem avançar e provocar outros tipos de manifestações, além dos iniciais já citados, como por exemplo, o fechamento do canal urinário em consequentemente a impossibilidade de a pessoa urinar, dores lombares, perda de apetite, fraqueza, inchaço nos pés e pernas, dor óssea, perda de peso, e até mesmo a diminuição do funcionamento dos rins.
Cerca da metade dos casos de câncer de bexiga são diagnosticados quando ainda estão confinados à camada interna do órgão (não invasivo ou in situ). Em cerca de 35% dos pacientes diagnosticados o tumor já invadiu as camadas mais profundas, mas está ainda contido na bexiga. Na maioria dos demais casos, o câncer se disseminou para tecidos ou linfonodos próximos à bexiga. Raramente (em torno de 4% dos casos), o tumor se disseminou para locais distantes.
— Se o tumor está só na superfície e não penetrou na parede do músculo do órgão, é o melhor cenário, pois é mais fácil de curar e tratar. Neste caso, faz uma raspagem, tira o tumor e injeta imuno BCG para bloquear o crescimento do câncer e impossibilitar o retorno dele, como provavelmente é o caso do Celso Portiolli — explica Fernando Almeida, Urologista do Hospital Vila Nova Star e chefe da Urologia da Unifesp.
O médico ainda afirma que no caso de Roberto Justus, por o tumor estar dentro de um divertículo, ou seja, já havia penetrado uma camada mais fina do órgão e corria o risco de adentrar mais internamente a bexiga, era necessário fazer uma cirurgia para a retirada do corpo maligno e, consequentemente, fazer um tratamento com quimioterapia e radioterapia.
— Quanto menor o tamanho da lesão, menos machucados na bexiga e quanto mais na superfície o tumor estiver maiores as chances de cura. Entretanto, o que é mais importante é o diagnostico precoce, quanto mais rápido ser descoberto, maiores são os resultados nos tratamentos iniciais — afirma Almeida.
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