O que era para ser um respiro, virou (mais uma) fonte de estresse para o brasileiro. O 'Big Brother Brasil 21', da Globo, tem gerado muito buzz nas redes sociais nas últimas semanas - e não é por um bom motivo. Pelo contrário, o que temos visto na televisão é, praticamente, um terror psicológico.
Lucas Penteado deixou a edição no último final de semana, depois de uma temporada triste e de partir o coração na casa mais vigiada do Brasil. O que aconteceu no confinamento com ele foi, no mínimo, cruel. Primeiro, foi excluído pelos demais participantes por conta de um erro (pelo qual pediu desculpas). Depois, foi empurrado, teve dedos apontados na cara e teve que ouvir algumas das maiores barbaridades de outros participantes - quem lembra quando Karol Conká disse que ele só poderia comer depois que ela saísse da mesa? Por fim, teve sua sexualidade massacrada na frente de milhões de espectadores, sem qualquer acolhimento.
O resultado? Uma madrugada sentado na frente da porta do confessionário, esperando pela chance de poder ir embora de vez. E lá se foi.
Depois, tem uma história paralela: Karol Conká, que ninguém consegue entender muito bem como funciona, mas que já se mostrou uma pessoa explosiva e, sim, manipuladora. Também no último final de semana, veio a derradeira prova: Karol construiu toda uma narrativa envolvendo Carla Diaz, que gerou discórdia com a casa inteira. E tudo por causa de quê? Isso mesmo, homem.
Falando nisso, dias antes veio uma cena que deixou qualquer um desconfortável: durante uma festa Karol tentou beijar Arcrebiano à força não uma, mas duas vezes, e pediu por um selinho no final. O desconforto fez muitos internautas comentarem no Twitter que a cena era uma de assédio. Infelizmente, o questionamento foi necessário, considerando a situação como um todo.
Precisamos também comentar sobre Lumena que, assim como Karol, mostrou um lado do qual ela, com certeza, não se orgulha - pelo menos, foi o que deu a entender o seu choro quando o apresentador Tiago Leifert falou sobre a falta de fair-play dos participantes em relação à Lucas. Com muitas pedras na mão, ela questionou todas as pautas que Lucas levantava dizendo que o ator tentava se apropriar de causas sociais em nome de audiência e de manipulação do jogo - a frase “Falador passa mal” com certeza será lembrada por ela. Durante a festa que levou à saída do participante, ficou claro que muitos limites foram ultrapassados quando ela foi até João Luiz reclamar do beijo entre Lucas e Gilberto porque Viih Tube e outras sisters que estavam por ali logo saem de perto no segundo que ela começa a falar.
Não podemos esquecer de Juliette, que assim como Lucas, foi excluída da vivência na casa logo no começo por conta de… bem, é difícil dizer com certeza, mas uma das justificativas é que ela se expressa de uma forma que não agrada.
Falta de empatia, ignorância e, principalmente, arrogância. O que era para ser divertido, para entreter e, claro, levantar questionamentos importantes, virou quase insuportável de ver. Até xenofobia apareceu durante o programa, que tem menos de um mês no ar. Há quem diga que, de fato, é melhor ler um livro e que não se pode esperar muito de um programa como esse. Outros explicam que o elenco não foi bem escolhido e que as pessoas que estão tão preocupadas em não serem canceladas do lado de fora vão, todas, terminar exatamente dessa maneira.
Ah, vale menção honrosa para Fiuk, que de tão desconstruído virou um personagem que, claramente, não está aberto a conhecer outros pontos de vista sobre ideias que ele diz conhecer tão bem. De tão caricato, saiu da lista dos favoritos do público para entrar na do time dos possíveis cancelados.
Enfim, todo 'Big Brother Brasil' tem seus pontos positivos e negativos, porém, este ano, parece que a balança pendeu demais para um dos lados. Depois de um ano tão complexo, pesado, emocionalmente puxado para muitos, ver na televisão tanta violência disfarçada de personalidade dói ainda mais. É complicado encarar tão de frente os efeitos do isolamento. Verdade, ali os participantes são, literalmente, postos à prova e a pressão da competição pelo prêmio final deixa os nervos ainda mais aflorados. No entanto, é um engano pensar que as explosões que temos visto na TV não são um reflexo do que muitos de nós vivemos na pele em 2020. E considerando o resultado do ano passado e seu cansaço decorrente, ninguém realmente precisa disso.
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