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variedades Quarta-feira, 01 de Maio de 2024, 06:00 - A | A

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PEQUENOS E PERIGOSOS

Atlas mapeia acidentes com escorpiões e ajuda na prevenção

Jornal da USP

 

Arte sobre foto de Tony Winston/Agência Brasília

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Aconteceu sem que ela percebesse. Uma turista brasileira, retornando da Europa, inadvertidamente trouxe um pequeno escorpião em sua mala de viagem para São Paulo. Desprevenida, ela não notou a presença do aracnídeo. O escorpião, agora um intruso em ambiente urbano e parte de uma espécie não nativa do Brasil, camuflou-se nas sombras da metrópole, representando o perigo oculto que pode surgir ao trazermos elementos selvagens para a cidade.

 

A história real acima foi descrita por Sérgio Cominato Ferraz, autor do Atlas escorpiônico de São Paulo, que é fruto de uma pesquisa de mestrado defendida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e orientada pelo professor Francisco Chiaravalloti Neto. O trabalho foi disponibilizado em formato de e-book gratuito pelo Portal de Livros Abertos da USP neste link.

 

Ferraz, que é biólogo no Lab-Fauna, o Laboratório de Identificação e Pesquisa da Fauna Sinantrópica da Prefeitura Municipal de São Paulo, conta que a pesquisa e o livro surgiram como “uma resposta a uma demanda urgente das Unidades de Vigilância em Saúde (Uvis)”, onde Ferraz, anteriormente gerente da Vigilância Ambiental de Parelheiros – distrito localizado na zona sul do município de São Paulo -, identificou lacunas no conhecimento e na infraestrutura disponível.

 

Ele ressalta a complexidade enfrentada pelas equipes de vigilância, que, sobrecarregadas com diversas responsabilidades, lutam para lidar eficazmente com o escorpionismo. “Quem trabalha nas Uvis não trabalha apenas com escorpiões, ele cuida da dengue, cuida da malária, febre maculosa, tudo toma muito tempo”, explica Ferraz, ao reforçar os desafios enfrentados por esses profissionais.

 

Sérgio Cominato Ferraz, um dos autores do atlas sobre escorpiões - Foto: Reprodução / Linkedin

Sérgio Cominato Ferraz, autor do atlas sobre escorpiões - Foto: Reprodução / Linkedin

 

Por isso, o livro visa suprir essa brecha, oferecendo uma visão detalhada da situação do escorpionismo em São Paulo entre os anos de 2013 e 2018. Baseado em dados de notificações de escorpiões coletados pela Prefeitura de São Paulo e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o atlas apresenta mapas e gráficos que delineiam a distribuição dos escorpiões e acidentes escorpiônicos ao longo do tempo.

 

 

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