09 de Maio de 2025

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opinião Sexta-feira, 09 de Maio de 2025, 07:29 - A | A

Sexta-feira, 09 de Maio de 2025, 07h:29 - A | A

BAR DO BUGRE

PERAMBULANDO PELA HISTÓRIA

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

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Pelas teclas do computador, aguardo a visita de um tarimbado jornalista.

 

Deseja me entrevistar sobre um assunto no qual já demonstrei absoluta incompetência.

 

Está escrevendo um livro — a biografia de um dos mais importantes políticos do nosso Estado.

 

Desde jovem, esse político se elegeu para todos os cargos que ocupou: prefeito, deputado federal, governador, senador e atualmente deputado estadual — um dos mais brilhantes.

 

Eu, por minha vez, não consegui escrever meu livro de memórias.

 

Assunto tenho. O que me falta é inspiração para colocá-lo no papel.

 

Recebo cobranças, mas acredito não ter participado de fatos realmente relevantes da nossa história.

 

Os livros de memórias relatam apenas a parte que pode ser divulgada. Os acertos dos conchavos políticos se perdem com o tempo.

 

O que achei de interessante escrevi em crônicas, ao longo dos últimos quinze anos, e publiquei no meu blog.

 

Sem querer, fui moderno: deixei arquivado nas nuvens o meu passado.

 

Os livros de memórias relatam apenas a parte que pode ser divulgada. Os acertos dos conchavos políticos se perdem com o tempo.

 

Biografias ou memórias, são como icebergs: revelam o que não incomoda e escondem o que, de fato, constitui a história.

 

A história oral talvez seja a que mais se aproxima da realidade.

 

Tudo o que sei da história antiga de Mato Grosso não aprendi em livros de memórias.

 

Ouvi, contada por Estevão e Rubens de Mendonça — meus vizinhos na rua do Campo.

 

Entretanto, aguardo a chegada do jornalista e escritor para perceber a direção de sua entrevista e saber o que espera da minha conversa.

 

Será que eu conheço fatos que ele ignora?

 

De todo modo, será uma aprendizagem para mim. Estou sempre atento à minha participação na história do meu Estado.

 

Muitos acontecimentos ficarão comigo — e se perderão comigo, em arquivos de computador.

 

Outros, nem escritos serão.

 

O jornalista de pouco mais de setenta anos, não é taquígrafo. Em suas entrevistas, usa apenas um caderno escolar e um lápis comum.

 

Ele sabe o que faz.

 

*Gabriel Novis Neves

30-04-2025

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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